AJ acordou novamente com a sensação que havia sido atropelado por uma locomotiva. Na noite anterior ao chegar a casa, fora à primeira vez em anos que se sentira realmente sozinho. Tentou assistir um filme, tentou trabalhar em um contrato que trouxera, mas não conseguia se concentrar em nada, mas também não queria pensar, não queria lembrar o que sua mente insistia trazer a tona e mais uma vez bebera, além da conta.
Levantou-se e sentiu que o quarto rodava, entrou no chuveiro para um banho rápido e sem enxugar-se colocou seu roupão costumeiro. Saiu do quarto na esperança de tomar um café e aspirinas. Ah, Deus, como ele precisava de aspirinas.
Passou pela mesa da copa e viu o café já posto, seu estômago reagiu de forma negativa a todas aquelas guloseimas que a Sra. Bishop dispunha todas as manhãs e se dirigiu direto para cozinha e encontrou a empregada:
- Bom dia, Sra. Bishop.
- Bom dia, Senhor... AJ. O senhor gostaria de mais alguma coisa para o café?
- Não, obrigado – AJ quase torceu o nariz, quando se imaginou comendo algo – somente tomarei café... Puro. E Sra. Bishop poderia providenciar, por favor, duas aspirinas?
- Pois não, senhor.
AJ saiu da cozinha. Sentou-se a mesa, pegou o jornal dobrado, abriu-o sem nem ao menos notar o gesto automático. Ao perceber que não conseguiria se concentrar na leitura devido à forte dor de cabeça dobrou-o novamente e colocou-o de lado. Encheu a xícara de café e tomou um gole do líquido quente que supostamente deveria confortá-lo, aquecê-lo, fazer sua mente trabalhar direito, mas isso não aconteceu.
A Sra. Bishop trouxe sua aspirina e ele tomou rapidamente como se os remédios fossem tábuas de salvação num naufrágio, tal a dor que sentia.
Pegou o telefone, ligou para o celular de Linda, mas caiu diretamente na caixa postal, não quis deixar recado, mais tarde ele tentaria novamente. Somente gostaria de saber se ela havia chegado bem, já que ela ainda não ligara desde que saíra do escritório na tarde anterior. A verdade era que se sentia na obrigação de saber se ela estava bem ou não e queria se agarrar ao fato que estava noivo queria tentar continuar com aquilo, mas ele já sabia a resposta, não poderia mesmo prosseguir com a farsa que seria seu casamento.
Como a vida dele havia se transformado nessa sucessão de falta de controle e estresse? Nunca havia se sentindo assim antes. A não ser... A não ser por Cecília, sempre Cecília, não conseguia pensar em nada, a não ser
Ah, Deus! Precisava deixar esse assunto de lado, já havia decidido isso, já havia estraçalhado o coração de Cecília no dia anterior para poder se proteger, mas nada adiantara para si próprio, nem as duas bebedeiras que tomara em duas noites seguidas. Daqui a pouco iria se transformar num viciado.
Vendo que não conseguiria comer nada e nem se concentrar no trabalho que trouxera para terminar em casa, ele decidiu que iria aproveitar o que o motivara a comprar sua cobertura. A piscina privativa que tinha no andar superior.
Quando viera avaliar o apartamento para compra, fora o que mais chamara sua atenção, além da ótima localização e o conforto, claro. Mas a piscina era algo a parte.
Era uma piscina aquecida de um tamanho considerável, a arquitetura lembrava uma casa de banho grega, ao redor da piscina havia colunas de mármore branco, assim como as estátuas também de mármore em figuras místicas.
A cor das paredes era de um pêssego reconfortante e numa delas havia uma pintura que mostrava uma cena de um jardim na Grécia antiga. Era de tirar o fôlego.
Havia imensas janelas francesas que se abria para uma varanda que circundava toda a área, que continha um jardim de inverno muito bem projetado, dando ao lugar um ar sofisticado. Espalhados pelo local, tanto no jardim, como na área da piscina, havia espreguiçadeiras que convidavam para um repouso, a pessoa podia desfrutar da paisagem, enquanto o magnífico céu de Dallas os protegia.
Todo o conjunto era coberto com uma arredoma de aço e vidro temperado que filtrava gentilmente os raios de sol, deixando o ambiente iluminado sem ferir os olhos. A temperatura da água variava conforme a estação do ano. Como estavam no verão, à temperatura era mais para a fria.
Havia também, mesinhas para as pessoas poderem desfrutar ali suas refeições ou seus drinques; um vestiário completo com chuveiros, uma imensa banheira de hidromassagem e sauna; um sistema de som que espalhava a música por todo o ambiente. Era um lugar encantador, reconfortante. Tudo que AJ precisava naquele momento.
Apesar de ter todo esse espaço disponível, AJ raramente trazia convidados ou convidadas para lá, o local era mais usado por Mia, não agora, que estava empenhada em ser a estilista do ano. AJ sorriu ao lembrar-se que sua irmã havia crescido e se transformado numa profissional competente. Até mesmo independente demais, apesar de morarem no mesmo edifício, ela não quisera dividir o imenso apartamento com irmão, somente o queria por perto, fora essas suas palavras.
Levantou-se da mesa, avisou a Sra. Bishop onde estaria e se caso Linda ligasse transferisse a ligação para a piscina.
Entrou no elevador, digitou o código de segurança que o levava a área da piscina e pela primeira vez, desde que acordara se sentia melhor. As portas do elevador se abriram e ele sentiu o cheiro de cloro invadir seus pulmões. Isso era bom!
Mesmo depois de tanto tempo, ainda se espantava com a beleza do lugar. Os raios de sol brilhavam sob a água límpida, refletindo suas sombras sobre as estátuas e as paredes, dando ao lugar um quê de encantado. Abriu a discreta porta, onde estava o sistema de som e ligou-o preenchendo o ambiente com um som new age. Tirou o roupão, que colocara ao sair do banho, pendurou-o num dos ganchos na parede e entrou com um mergulho que o levou quase até o meio da piscina. E começou a se sentir revigorado com a água banhando seu corpo nu.
Dando braçadas lentas, de olhos fechados, atravessou a piscina lentamente, sentindo seus músculos tensos, relaxando. Pensou que precisava fazer isso mais vezes. Começaria a acordar mais cedo e aproveitaria mais desse espaço. Bateu na borda da piscina e fez o trajeto de volta.
Quando estava na segunda volta, invés de sua mão roçar a borda dura e fria da piscina sentiu algo macio e quente, assustou-se e levantou-se engasgado com a água que engoliu e deu de cara com a melhor, ou pior, visão que poderia ter aquela manhã.
Ali estava Cecília, vestindo um biquíni minúsculo, que mal cobria aqueles seios redondos e firmes que com certeza encaixariam com perfeição em suas mãos. Ela estava com um sorriso perigoso nos lábios, deixando claro quais eram suas intenções. Seduzi-lo! Mais uma vez!
Cecília pensou em escapar, sair dali sem ser notada, mas a visão daquele deus pagão nu, nadando naquelas águas mágicas, a fez ficar e desejar e tentar mais uma vez, afinal lutara por esse amor por vinte anos, não iria desistir apenas em vinte horas. Iria fazer com que aquele homem, uma vez por todas, sucumbisse a ela. Se era seu corpo que ele queria, era isso que ele teria, mas ela sabia que seria mais. Aquela era uma chance única e pensou que talvez o Deus verdadeiro gostasse realmente dela.
Sem pensar nos acontecimentos do dia anterior e se esquecendo de todas as promessas que fizera a si mesma, ela aproximou-se devagar para não fazer barulho, mas achou que talvez AJ pudesse ser capaz de escutar as batidas de seu coração.
Admirou as pernas bem torneadas, as nádegas firmes, as costas largas, os braços fortes.
Ele não tinha o direito de ser tão perfeito!
Cecília nunca havia visto um homem nu, a não ser em livros, ou em filmes proibidos para menores, mas assim pessoalmente, nunca. É verdade que já sentira a virilidade de AJ em sua mão, mas nunca o vira, assim...
Nossa! Eu quero ver tudo! Eu quero tudo!
Desceu devagar os degraus da escada em arco que iam até o fundo da piscina, sentindo que aquela visão já a preparava para muito mais, sentia-se molhada antes mesmo da água alcançar suas partes mais íntimas.
Posicionou-se exatamente na rota de AJ, esperando... E até o fato de ele quase se afogar ao senti-la, não abalou a excitação de estar vendo-o nu.
Os olhos castanhos mais iluminados que nunca, a água escorrendo pelo magnífico peitoral, passando pelo estômago liso e trabalhado, o resto da contemplação ficou comprometida, pois o corpo de AJ estava submerso na água, mas mesmo assim não deixou de notar, de se espantar e de sentir uma felicidade inimaginável, vendo a reação daquele homem ao apenas constatar sua presença. E ele era magnífico! Grande, reto, pulsante. Queria sentir, precisava saber se ele e ela possuíam um encaixe perfeito.
Mordendo o lábio, para tentar não gemer, Cecília disse devagar com medo que sua voz não saísse:
- Bom dia, amor!
E levemente pousou seus lábios sobre os de AJ, sem fechar os olhos, afastou-se devagar, olhando-o profundamente, convidando-o a continuar o que ela começara.
AJ sabia que seria impossível esconder sua reação imediata à visão daquele corpo que ele já sentira em suas mãos, mas nunca vira em tal esplendor. E o leve roçar dos lábios de Cecília, o deixara mais que excitado, ele estava a ponto de explodir.
Precisava raciocinar! Precisava pensar nas coisas que ele ouvira da mãe dela! Precisava lembrar-se das palavras de seu pai, precisava lembrar que prometera a si mesmo que tiraria essa obsessão de sua mente, Precisava se lembrar o quão duro havia sido com essa mulher estonteante e sexy, para agora simplesmente sucumbir. Precisava se lembrar que mesmo tomada à decisão, ainda não havia rompido o relacionamento que envolvera outra mulher em sua vida e dessa vez fora longe demais a pedindo em casamento.
Mas como tudo isso seria possível, com aquela mulher ali, olhando-o como que pedindo mais? Como ele poderia raciocinar ouvindo aquela respiração quase acelerada, que fazia subir e descer aqueles seios que quase imploravam para sair daquele ínfimo tecido? Como poderia se esquivar olhando aquela boca que já estava entreaberta pedindo para ser devorada? Como poderia fugir daquele perfume que o assediava há cinco anos?
Mesmo assim, ele tentou, deu um passo para trás, sem conseguir desviar seus olhos dos dela. Mas Cecília foi rápida, ele sabia que ela queria mais, ele sabia que dessa vez, não estava lidando com uma menina, ali estava uma mulher decidida, que o queria mais do que ele próprio poderia imaginar. E segurando firme, seus antebraços, ela falou:
- Não, AJ, não fuja de mim. Nunca mais fuja de mim! – a voz de Cecília estava baixa, rouca. AJ sentiu seu membro pulsar ainda mais e Cecília deu o passo que faltava para que sua pele roçasse levemente a ponta de sua excitação. Sem ao menos perceber, ele gemeu, fechou os olhos e suas mãos agarraram os pulsos de Cecília que prendiam seus braços.
A reação de AJ foi mais que um convite para ela. Era uma mulher inexperiente com homens, virgem, mas não de todo inocente e deixou seus instintos guiarem-na nessa nova descoberta.
Com uma de suas mãos, envolveu o pênis de AJ e o encostou inteiramente em sua barriga, fazendo assim seus corpos se aproximarem. AJ abriu os olhos e viu os lábios que se preparavam para beijá-lo e sem querer pensar nas conseqüências, abaixou sua boca até que se encontrassem. Não ouve como fugir a regra e ouvir-se gemer e ouvi-la também, não, não gemer, Cecília ronronou...
E na mente de AJ passou, em segundos, perguntas e respostas que há tanto tempo o atormentavam:
Com quantas mulheres ele havia dormido, tentando tirar Cecília de seu corpo? Ele não poderia contar. E conseguira esquecê-la, removê-la de dentro de si? Não!
Há quanto tempo ele sabia que Cecília era, é e seria a mulher que preencheria cada um de seus espaços? A vida inteira, ele sempre soubera.
Como deixá-la ir agora, se precisava dela mais do que o próprio ar? Não, não poderia.
Ele precisava exorcizá-la, caso isso fosse possível. E o que melhor para isso, do que experimentá-la, possuí-la, fazê-la sua?
Ele precisava de Cecília! E sabia que tudo mudaria depois disso!
Deus! Como ela ansiou por este tipo de beijo, vindo daquela boca que ela experimentara apenas duas vezes, ele estava se entregando, ela podia sentir. O quanto ela ansiou por este contato, tão íntimo. Pele contra pele. Corpo contra corpo. Não saberia dizer como estava se sentindo. Ela tinha vontade de chorar de tanta alegria. Mas uma parte de sua mente ainda se preocupava. Se ele fugisse novamente. Se ele realmente não a amasse... E se... Eram tantos ses...
Diz-me como alguém consegue pensar, quando o homem que ama está lhe beijando dessa maneira?- pensou Cecília.
AJ explorava a boca de Cecília sentindo cada recanto, saboreando todo o sabor, pensando que a lembrança daquela boca o havia acompanhado sempre. E que a cada dia ficava melhor, mais generosa. E sentiu uma pontada de ciúme. Quantos homens haviam beijado aquela boca além dele? Cecília haveria deixado algum homem tocá-la como ele a havia tocado? E quantos? Ele sabia que esses sentimentos eram injustos para com ela, afinal ele não fora nem de perto um monge, mas Ciih havia nascido para ser dele, lhe era inconcebível imaginá-la nos braços de outro.
Ele desamarrou as alças do biquíni, beijando delicadamente o pescoço, os ombros de Cecília no processo. Ela pendia a cabeça para trás e deixava-se beijar. Estava com a boca entreaberta, rosada, inchada de desejo, sua respiração estava cada vez mais acelerada e suas mãos mergulhadas na água atrevidamente acariciavam as firmes nádegas daquele ser perfeito, trazendo-o mais e mais para junto de si.
AJ olhou os seios livres, agora, do pequeno biquíni. Sentiu-se maravilhado! Eles não eram grandes, nem pequenos e realmente encaixavam perfeitamente em suas mãos, notou ao segurá-los, acariciando o bico intumescido, precisava lhe sentir o gosto. Mas ele queria mais! Então começou de forma sensual a conversar com Cecília, pois dessa vez ele não fugiria, dessa vez não era errado, dessa vez ele iria até o fim...
- Ciih, olhe para mim e diga o que sente.
Cecília olhou-o sem entender a princípio o que ele queria e ele pediu:
- Fale-me o que sente. Você gosta disso? – e acariciou o botão rígido.
Cecília gemeu e sussurrou:
- Sim.
- Não, querida, não somente sim, me diga o que sente.
- Ah, me sinto entregue, isso me excita muito e sinto que preciso de mais...
- Mais o que? – perguntou AJ com voz rouca
- Quero sua boca AJ!
AJ sentiu um frio no estômago e um som quase animal saiu de suas entranhas. Ele não podia se sentir assim, nem de longe era sua primeira vez com uma mulher, mas com Cecília suas sensações eram como se fossem assim. Abaixou a cabeça e passou à língua em um dos mamilos já túmidos, Cecília arqueou as costas expondo-os ainda mais. Ele lambeu, sugou, mordiscou, devagar e mais depressa, um de cada vez. E achou que talvez, dessa vez, não seria possível dar a Cecília todo o prazer que ela merecia, pois ele já estava chegando ao limite, somente de poder acariciá-la daquele modo.
- Ah, Ciih, eu não estou agüentando mais, você vem me deixando louco há cinco anos, eu preciso de você, agora! Enlace minha cintura com suas pernas.
Cecília obedeceu e quando sentiu o membro de AJ roçar o meio de suas pernas, ela teve certeza que quase alcançou um orgasmo, somente com a perspectiva de ser penetrada. AJ por sua vez teve que respirar fundo algumas vezes, para não perder de vez todo seu controle.
Com Cecília no colo, AJ saiu da piscina, beijando-a sem parar, levou-a até uma espreguiçadeira de casal que havia perto da piscina, deitou-a delicadamente e antes de deitar-se a seu lado, ele desamarrou a parte de baixo do biquíni e ficou em pé para contemplar todo aquele corpo magnífico que ele esperara por tanto tempo, sem saber que somente ele poderia aplacar todo o desejo e frustração que o acompanhou por todos aqueles anos.
AJ deitou-se ao lado de Cecília e beijou-lhe apaixonadamente, passando sua mão por todo aquele corpo esguio, forte e tão feminino. E ao mesmo tempo, redondo, cheio de curvas. Ele sempre adorara ouvir Ciih falar, ela tinha uma voz musical, feminina e perguntou:
- Você pensava em mim fazendo isso? – e introduziu um dedo dentro da fenda úmida e quente dela, enquanto sugava um mamilo.
Cecília não conseguiria falar agora, ela não mal conseguia pensar. Ele parou de beijar-lhe o seio e retirando o dedo abruptamente disse:
- Se você não responder minhas perguntas, eu não farei mais nada. Você gosta disso? – e voltou a introduzir o dedo delicadamente.
Cecília sabia o que AJ estava fazendo. Sabia que ele estava fora de controle, mas que precisava se sentir com as rédeas nas mãos, que precisava se sentir dono da situação, que tudo aquilo não o abalava, que era somente corpo contra corpo, que não havia coração envolvido, mas ela não se importava, tudo a excitava ainda mais e respondeu quase gritando, quando ele tirou e introduziu o dedo de novo, dessa vez mais fundo:
- Sim, adoro!
- Você quer mais? – a voz de AJ estava baixa e rouca.
- Sim, mais – Cecília quase ofegava.
Ele introduziu mais um dedo em Cecília, olhando-a, pediu:
- Não, não feche os olhos, Ciih, olhe para mim.
Ela abriu os olhos e viu seu AJ ali, emoldurado com a luz do sol que banhava todo o lugar, transformando-o na imagem do deus que ela admirara na piscina. Ele estava cheio de desejo, apoiado com o cotovelo segurava a cabeça com uma das mãos, enquanto em seus lábios brincava um meio sorriso, que era pura malícia, ele falou:
- Dessa vez, quero estar olhando-a quando você gozar... Goze para mim, Ciih, goze para mim... – enquanto falava ele arremetia os dedos e com o polegar massageava seu clitóris, enquanto sua boca explorava mais uma vez seus seios sem deixar de olhá-la. A cena toda era puro erotismo. A luz do sol que os acariciavam, a música suave que os envolvia e a excitação incontrolável, que era tanta que chegava a ser palpável.
Cecília soube de imediato que ele não precisaria lhe pedir novamente, sentiu todo seu corpo se retesando, para depois explodir num orgasmo alucinante. E ela gritou o nome dele, gritou que o amava... Sentiu os braços de AJ envolvendo-a num abraço apertado e ouvia sua voz rouca em seu ouvido dizendo: “assim, meu amor, assim...”.
Muitas mulheres haviam se entregado a AJ, mas nenhuma como Cecília. Ele sabia que poderia lhe pedir qualquer coisa que ela faria, não somente por que o amava como ela disse, mas porque confiava nele, ela sabia que ele jamais a machucaria. E isso era mais do que AJ precisava saber para não deixar Cecília sair de sua vida nunca mais. Aprendera que amor, confiança e respeito andavam juntos e ele tinha tudo isso e mais com a mulher maravilhosa, admirável que estava agora em seus braços.
Que se danasse seu pai, a mãe dela, a sociedade hipócrita que os cercavam!
Ele iria se casar com a mulher que amava!
Nada mais importava... Bem, havia Linda ainda, mas isso ele resolveria quando ela voltasse, não, ele iria atrás dela e terminaria tudo!
Ninguém mais estaria entre ele e Ciih.
A única mulher que ele realmente quis para a vida toda era aquela que agora estava ali tão entregue a ele. E lutaria por ela. Ela já não era mais nenhuma criança, a diferença de idade entre eles já não pesava mais como antes e definitivamente ela não era sua irmã.
Ajoelhou-se ao lado de Cecília e segurando seu rosto com as duas mãos, perguntou-lhe emocionado:
- Você tem idéia de como é linda? Eu não sabia, mas a esperei por todo esse tempo. Era o seu corpo que eu procurava nas outras, era sua boca – e deu um leve beijo nos lábios de Cecília – que eu beijava, era seu cheiro que eu queria sentir... Ah Cília, como fui tolo... Desculpe-me por ontem, me desculpe por tudo que eu fiz, por tentar afastá-la de mim...
Cecília tinha lágrimas nos olhos, aquilo estava sendo melhor do que todos os sonhos que ela tivera desde sempre com AJ. Ouvi-lo dizer-lhe tudo aquilo, naquele lugar idílico, era mais do que ela podia esperar e disse emocionada:
- Eu sempre o amei, eu esperei você por toda minha vida, tive tanto medo de perdê-lo, de não tê-lo...
- Shhh, isso acabou, não haverá mais nenhuma mulher em minha vida, conversarei com Linda... Vou ser seu hoje e para sempre, Ciih. Mas agora eu preciso estar dentro de você...
- Oh, AJ... Linda, ela pode chegar e...
- Esqueça tudo, amor, ninguém chegará. Não pense em nada agora, somente em nós...
Hesitante, já temendo a resposta, AJ perguntou:
- Ciih, você já... Foi de mais alguém?
- Não, nenhum homem, ao menos, me tocou como você. Eu...
- Oh, querida, não precisa dizer-me mais nada, eu sei, você é minha, somente minha.
E por mais machista que isso parecesse, AJ se sentiu elevado em saber que Cecília realmente havia esperado por ele. Agora mais do que nunca, aquilo precisava ser especial para ela. Ele precisava ir devagar, precisava se conter, para dar a mulher de sua vida uma primeira vez inesquecível. Por mais que quisesse estar dentro de Ciih, aliviar seu próprio desejo, ele primeiro se concentraria nela, somente nela.
- Precisamos sair daqui, te quero numa cama, Ciih.
- Não, AJ, eu o quero aqui. – e Ciih trouxe AJ mais para perto, beijando-o, fazendo-o enlouquecer ainda mais.
AJ sentiu o cheiro da excitação de Cecília, o cheiro de sua essência em suas mãos e falou suavemente:
- Há muito tempo que espero, com loucura, para fazer isso...
E AJ foi descendo sua boca pelo corpo dela, beijando-lhe cada pedacinho.
Cecília imaginou que depois do clímax que havia alcançado, não conseguiria sentir-se ainda mais excitada, mas sentir a boca de AJ beijar-lhe o corpo a estava preparando para mais uma viagem, uma viagem intensa.
AJ se sentia perdido diante de tanta perfeição. Os cabelos castanhos e ondulados de Cecília estavam espalhados pela espreguiçadeira. Os raios de Sol refletidos nos fios castanhos, transformava-os numa moldura feita de ouro para seu rosto que parecia sido pintado por um artista perfeccionista, tal era sua beleza; os olhos brilhantes, as faces rosadas, os lábios vermelhos e inchados, entreabertos para facilitar sua respiração acelerada. Seu pescoço era delicado, os ombros macios, os seios... Ah, os seios... Eram mais que perfeitos, com os mamilos parecendo botões de rosas, com o verdadeiro sabor do néctar.
Ela tinha a cintura fina e aquele piercing, era puro deleite erótico. Seus pelos pubianos eram macios, um pouco mais escuros que seus cabelos e tinham a forma de um triângulo perfeito. Seus “lábios” eram grossos, generosos, dando o acabamento exato para a entrada ao paraíso. As pernas de Cecília sempre foram à maior tentação para AJ, fortes, musculosas, sem perderem a feminilidade. Ele era um homem de sorte em tê-la ali em seus braços e por saber-se amado por um ser que era a personificação de que os seres humanos eram verdadeiramente a semelhança de Deus. Perfeitos!
Era indiscutivelmente diferente fazer amor, com alguém que ele se importava, com alguém que ele amava. Os seus sentidos pareciam ter se intensificado, ele ouvia os gemidos como se saíssem de dentro de seu próprio cérebro; o cheiro de Cecília o invadira inteiro; todo gosto dela estava em sua boca. E quando ele chegou ao triângulo no meio de suas pernas, ele não quis menos. Com as mãos em suas nádegas ele a trouxe inteira para sua boca, envolveu e sugou até a última gota do seu prazer, murmurando:
- Isso é melhor do que eu pensava, seu gosto é tudo e muito mais do que imaginei... Doce! Salgado! Maravilhoso!
Cecília achou que dessa vez ela desfaleceria. AJ literalmente a estava devorando. Ele sugava seu clitóris para dentro de sua boca, como se estivesse saboreando um manjar dos deuses e introduzia sua língua o mais fundo que podia alcançar. Tudo sem ao menos por um segundo, tirar os olhos das reações de Cecília. E murmurava palavras e emitia gemidos de puro deleite. Segurava-a firmemente pelas nádegas, quando ela achava que não iria agüentar mais e tentava se afastar, ele a aproximava ainda mais. Dessa vez ela não subiu aos céus, ela teve certeza que foi o céu que desceu e a alcançou. Nem ao menos saberia dizer se gritou ou não, pois sua mente sumiu por segundos e mesmo durante o dia, ela poderia jurar que vira estrelas.
AJ mais uma vez a abraçou e a embalou até que ela se recuperasse e quando ele percebeu que ela lhe entenderia, disse, zombeteiro e orgulhoso de si mesmo por ter proporcionado aquela mulher divina um prazer desmedido:
- Espero que essas paredes sejam a prova de som. Senão daqui a pouco tenho quase certeza que teremos companhia.
Cecília deu-lhe um sorriso e corou, ele balançou a cabeça negativamente:
- Nunca, mais nunca mesmo, tenha vergonha de ser você mesma comigo, de se abrir, de se soltar inteiramente. Você é linda, perfeita, Ciih. Tudo que um homem deseja em uma mulher...
Ela o beijou elevada, queria dar a AJ todo o prazer que ele lhe havia proporcionado. Trazendo-o para si, ela abriu suas pernas convidando-o ao ato supremo.
Ele a beijou de volta, mas parou olhando-a com os olhos escurecidos pelo desejo:
- Precisamos sair daqui, Ciih, eu não tenho como nos proteger aqui, entende?
- Eu não me importo – disse Ciih, já enlaçando a cintura de AJ com suas pernas, fazendo o membro intumescido tocar em sua umidade latejante – eu quero senti-lo inteiro sem barreiras! Eu confio em você...
- Eu sei querida, mas você pode ficar grávida...
- Será o dia mais feliz da minha vida, o dia que souber que estou carregando um filho seu – e os dois gemeram, quando Ciih, com a ajuda de suas pernas o trouxe mais para perto, fazendo que uma pequena parte de seu pênis a penetrasse.
Com o maxilar contraído para tentar controlar-se, AJ disse:
- Devagar, meu amor, devagar. Isso pode ser dolorido para você.
Cecília já estava novamente louca de desejo e disse com a voz entrecortada:
- Por favor, AJ, me possua, eu não sentirei dor, você não me machucará...
AJ, de qualquer maneira, não suportaria mais. Ele ainda tentou se controlar e penetrá-la aos poucos para poupá-la, mas percebeu que dessa forma talvez a fizesse sentir mais dor e com uma única arremetida, ele chegou ao âmago de Cecília.
Cecília se retesou e mordeu os lábios para não gritar de dor, o que fez AJ parar e falar:
- Agora acabou. É só relaxar, amor, relaxe para eu poder lhe dar prazer.
Devagar ele começou movimentar-se dentro de Ciih. Suas arremetidas eram lentas, mas profundas, fazendo-o suar, tamanha era sua concentração e controle, para que ele não alcançasse o clímax antes dela.
Ele nunca havia imaginado que seu ato de amor com Ciih poderia ser assim, tão intenso. Jamais imaginou que fazer amor com ela, poderia lhe causar esse fascínio, essa dor de amor. Ele sentia Cecília o envolvendo por inteiro, ali estava seu corpo, seu coração, sua alma, por isso era tão sensacional.
Ele estava tão extasiado que sentiu lágrimas em seus olhos e pronunciou o nome de Cecília com voz entrecortada de desejo e emoção:
- Ciih?...
E Cecília entendeu que ele estava pedindo a ela se poderia gozar, ao que ela respondeu:
- Sim, amor, sim...
Ele acelerou o ritmo de suas investidas e sentiu o corpo de Cecília apertar seu membro, sabia que agora ele poderia libertar o animal irracional que o dominava, pois os dois iriam alcançar o clímax juntos. E com investidas profundas, ritmadas, aceleradas, sentiu o momento que Cecília saía desse plano para alcançar um plano superior e com um urro gutural, ele soltou todo seu desejo, toda sua loucura, acumulada em cinco anos de espera e angústia.
Caiu sobre Cecília exausto, satisfeito, como nunca na vida ele havia se sentindo. Nem sua primeira vez, havia sido assim, cheia de fascínio, amor, entrega total.
Ele deitou-se de lado e trouxe Cecília consigo. Abraçando-a forte, como se ela fosse somente um sonho e ele pudesse a qualquer momento acordar sem tê-la ao seu lado e a ouviu soluçar. Ela estava chorando! Deus, ele a havia machucado:
- Ciih, amor, eu a machuquei? Desculpe-me... Desculpe-me...
- Não, AJ. Você foi maravilhoso, jamais imaginei que o amor pudesse ser assim, tão... Tão... Não sei que palavra usar para expressar o que estou sentindo.
E ela o apertou mais no seu abraço. Ficaram enlaçados, somente lembrando-se do ato e desfrutando do momento.