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quinta-feira, 15 de abril de 2010

FIC Meu Primeiro e Único Amor CAP 7

AJ acordou novamente com a sensação que havia sido atropelado por uma locomotiva. Na noite anterior ao chegar a casa, fora à primeira vez em anos que se sentira realmente sozinho. Tentou assistir um filme, tentou trabalhar em um contrato que trouxera, mas não conseguia se concentrar em nada, mas também não queria pensar, não queria lembrar o que sua mente insistia trazer a tona e mais uma vez bebera, além da conta.

Levantou-se e sentiu que o quarto rodava, entrou no chuveiro para um banho rápido e sem enxugar-se colocou seu roupão costumeiro. Saiu do quarto na esperança de tomar um café e aspirinas. Ah, Deus, como ele precisava de aspirinas.

Passou pela mesa da copa e viu o café já posto, seu estômago reagiu de forma negativa a todas aquelas guloseimas que a Sra. Bishop dispunha todas as manhãs e se dirigiu direto para cozinha e encontrou a empregada:

- Bom dia, Sra. Bishop.

- Bom dia, Senhor... AJ. O senhor gostaria de mais alguma coisa para o café?

- Não, obrigado – AJ quase torceu o nariz, quando se imaginou comendo algo – somente tomarei café... Puro. E Sra. Bishop poderia providenciar, por favor, duas aspirinas?

- Pois não, senhor.

AJ saiu da cozinha. Sentou-se a mesa, pegou o jornal dobrado, abriu-o sem nem ao menos notar o gesto automático. Ao perceber que não conseguiria se concentrar na leitura devido à forte dor de cabeça dobrou-o novamente e colocou-o de lado. Encheu a xícara de café e tomou um gole do líquido quente que supostamente deveria confortá-lo, aquecê-lo, fazer sua mente trabalhar direito, mas isso não aconteceu.

A Sra. Bishop trouxe sua aspirina e ele tomou rapidamente como se os remédios fossem tábuas de salvação num naufrágio, tal a dor que sentia.

Pegou o telefone, ligou para o celular de Linda, mas caiu diretamente na caixa postal, não quis deixar recado, mais tarde ele tentaria novamente. Somente gostaria de saber se ela havia chegado bem, já que ela ainda não ligara desde que saíra do escritório na tarde anterior. A verdade era que se sentia na obrigação de saber se ela estava bem ou não e queria se agarrar ao fato que estava noivo queria tentar continuar com aquilo, mas ele já sabia a resposta, não poderia mesmo prosseguir com a farsa que seria seu casamento.

Como a vida dele havia se transformado nessa sucessão de falta de controle e estresse? Nunca havia se sentindo assim antes. A não ser... A não ser por Cecília, sempre Cecília, não conseguia pensar em nada, a não ser em Cecília... Por que ela tinha que aparecer? Por que ela ainda o queria? Por que ele ainda a queria? Ele estava bem, não estava antes de ela vir? Já havia programado sua vida, não havia?

Ah, Deus! Precisava deixar esse assunto de lado, já havia decidido isso, já havia estraçalhado o coração de Cecília no dia anterior para poder se proteger, mas nada adiantara para si próprio, nem as duas bebedeiras que tomara em duas noites seguidas. Daqui a pouco iria se transformar num viciado.

Vendo que não conseguiria comer nada e nem se concentrar no trabalho que trouxera para terminar em casa, ele decidiu que iria aproveitar o que o motivara a comprar sua cobertura. A piscina privativa que tinha no andar superior.

Quando viera avaliar o apartamento para compra, fora o que mais chamara sua atenção, além da ótima localização e o conforto, claro. Mas a piscina era algo a parte.

Era uma piscina aquecida de um tamanho considerável, a arquitetura lembrava uma casa de banho grega, ao redor da piscina havia colunas de mármore branco, assim como as estátuas também de mármore em figuras místicas.

A cor das paredes era de um pêssego reconfortante e numa delas havia uma pintura que mostrava uma cena de um jardim na Grécia antiga. Era de tirar o fôlego.

Havia imensas janelas francesas que se abria para uma varanda que circundava toda a área, que continha um jardim de inverno muito bem projetado, dando ao lugar um ar sofisticado. Espalhados pelo local, tanto no jardim, como na área da piscina, havia espreguiçadeiras que convidavam para um repouso, a pessoa podia desfrutar da paisagem, enquanto o magnífico céu de Dallas os protegia.

Todo o conjunto era coberto com uma arredoma de aço e vidro temperado que filtrava gentilmente os raios de sol, deixando o ambiente iluminado sem ferir os olhos. A temperatura da água variava conforme a estação do ano. Como estavam no verão, à temperatura era mais para a fria.

Havia também, mesinhas para as pessoas poderem desfrutar ali suas refeições ou seus drinques; um vestiário completo com chuveiros, uma imensa banheira de hidromassagem e sauna; um sistema de som que espalhava a música por todo o ambiente. Era um lugar encantador, reconfortante. Tudo que AJ precisava naquele momento.

Apesar de ter todo esse espaço disponível, AJ raramente trazia convidados ou convidadas para lá, o local era mais usado por Mia, não agora, que estava empenhada em ser a estilista do ano. AJ sorriu ao lembrar-se que sua irmã havia crescido e se transformado numa profissional competente. Até mesmo independente demais, apesar de morarem no mesmo edifício, ela não quisera dividir o imenso apartamento com irmão, somente o queria por perto, fora essas suas palavras.

Levantou-se da mesa, avisou a Sra. Bishop onde estaria e se caso Linda ligasse transferisse a ligação para a piscina.

Entrou no elevador, digitou o código de segurança que o levava a área da piscina e pela primeira vez, desde que acordara se sentia melhor. As portas do elevador se abriram e ele sentiu o cheiro de cloro invadir seus pulmões. Isso era bom!

Mesmo depois de tanto tempo, ainda se espantava com a beleza do lugar. Os raios de sol brilhavam sob a água límpida, refletindo suas sombras sobre as estátuas e as paredes, dando ao lugar um quê de encantado. Abriu a discreta porta, onde estava o sistema de som e ligou-o preenchendo o ambiente com um som new age. Tirou o roupão, que colocara ao sair do banho, pendurou-o num dos ganchos na parede e entrou com um mergulho que o levou quase até o meio da piscina. E começou a se sentir revigorado com a água banhando seu corpo nu.

Dando braçadas lentas, de olhos fechados, atravessou a piscina lentamente, sentindo seus músculos tensos, relaxando. Pensou que precisava fazer isso mais vezes. Começaria a acordar mais cedo e aproveitaria mais desse espaço. Bateu na borda da piscina e fez o trajeto de volta.

Quando estava na segunda volta, invés de sua mão roçar a borda dura e fria da piscina sentiu algo macio e quente, assustou-se e levantou-se engasgado com a água que engoliu e deu de cara com a melhor, ou pior, visão que poderia ter aquela manhã.

Ali estava Cecília, vestindo um biquíni minúsculo, que mal cobria aqueles seios redondos e firmes que com certeza encaixariam com perfeição em suas mãos. Ela estava com um sorriso perigoso nos lábios, deixando claro quais eram suas intenções. Seduzi-lo! Mais uma vez!

Cecília pensou em escapar, sair dali sem ser notada, mas a visão daquele deus pagão nu, nadando naquelas águas mágicas, a fez ficar e desejar e tentar mais uma vez, afinal lutara por esse amor por vinte anos, não iria desistir apenas em vinte horas. Iria fazer com que aquele homem, uma vez por todas, sucumbisse a ela. Se era seu corpo que ele queria, era isso que ele teria, mas ela sabia que seria mais. Aquela era uma chance única e pensou que talvez o Deus verdadeiro gostasse realmente dela.

Sem pensar nos acontecimentos do dia anterior e se esquecendo de todas as promessas que fizera a si mesma, ela aproximou-se devagar para não fazer barulho, mas achou que talvez AJ pudesse ser capaz de escutar as batidas de seu coração.

Admirou as pernas bem torneadas, as nádegas firmes, as costas largas, os braços fortes.

Ele não tinha o direito de ser tão perfeito!

Cecília nunca havia visto um homem nu, a não ser em livros, ou em filmes proibidos para menores, mas assim pessoalmente, nunca. É verdade que já sentira a virilidade de AJ em sua mão, mas nunca o vira, assim...

Nossa! Eu quero ver tudo! Eu quero tudo!

Desceu devagar os degraus da escada em arco que iam até o fundo da piscina, sentindo que aquela visão já a preparava para muito mais, sentia-se molhada antes mesmo da água alcançar suas partes mais íntimas.

Posicionou-se exatamente na rota de AJ, esperando... E até o fato de ele quase se afogar ao senti-la, não abalou a excitação de estar vendo-o nu.

Os olhos castanhos mais iluminados que nunca, a água escorrendo pelo magnífico peitoral, passando pelo estômago liso e trabalhado, o resto da contemplação ficou comprometida, pois o corpo de AJ estava submerso na água, mas mesmo assim não deixou de notar, de se espantar e de sentir uma felicidade inimaginável, vendo a reação daquele homem ao apenas constatar sua presença. E ele era magnífico! Grande, reto, pulsante. Queria sentir, precisava saber se ele e ela possuíam um encaixe perfeito.

Mordendo o lábio, para tentar não gemer, Cecília disse devagar com medo que sua voz não saísse:

- Bom dia, amor!

E levemente pousou seus lábios sobre os de AJ, sem fechar os olhos, afastou-se devagar, olhando-o profundamente, convidando-o a continuar o que ela começara.

AJ sabia que seria impossível esconder sua reação imediata à visão daquele corpo que ele já sentira em suas mãos, mas nunca vira em tal esplendor. E o leve roçar dos lábios de Cecília, o deixara mais que excitado, ele estava a ponto de explodir.

Precisava raciocinar! Precisava pensar nas coisas que ele ouvira da mãe dela! Precisava lembrar-se das palavras de seu pai, precisava lembrar que prometera a si mesmo que tiraria essa obsessão de sua mente, Precisava se lembrar o quão duro havia sido com essa mulher estonteante e sexy, para agora simplesmente sucumbir. Precisava se lembrar que mesmo tomada à decisão, ainda não havia rompido o relacionamento que envolvera outra mulher em sua vida e dessa vez fora longe demais a pedindo em casamento.

Mas como tudo isso seria possível, com aquela mulher ali, olhando-o como que pedindo mais? Como ele poderia raciocinar ouvindo aquela respiração quase acelerada, que fazia subir e descer aqueles seios que quase imploravam para sair daquele ínfimo tecido? Como poderia se esquivar olhando aquela boca que já estava entreaberta pedindo para ser devorada? Como poderia fugir daquele perfume que o assediava há cinco anos?

Mesmo assim, ele tentou, deu um passo para trás, sem conseguir desviar seus olhos dos dela. Mas Cecília foi rápida, ele sabia que ela queria mais, ele sabia que dessa vez, não estava lidando com uma menina, ali estava uma mulher decidida, que o queria mais do que ele próprio poderia imaginar. E segurando firme, seus antebraços, ela falou:

- Não, AJ, não fuja de mim. Nunca mais fuja de mim! – a voz de Cecília estava baixa, rouca. AJ sentiu seu membro pulsar ainda mais e Cecília deu o passo que faltava para que sua pele roçasse levemente a ponta de sua excitação. Sem ao menos perceber, ele gemeu, fechou os olhos e suas mãos agarraram os pulsos de Cecília que prendiam seus braços.

A reação de AJ foi mais que um convite para ela. Era uma mulher inexperiente com homens, virgem, mas não de todo inocente e deixou seus instintos guiarem-na nessa nova descoberta.

Com uma de suas mãos, envolveu o pênis de AJ e o encostou inteiramente em sua barriga, fazendo assim seus corpos se aproximarem. AJ abriu os olhos e viu os lábios que se preparavam para beijá-lo e sem querer pensar nas conseqüências, abaixou sua boca até que se encontrassem. Não ouve como fugir a regra e ouvir-se gemer e ouvi-la também, não, não gemer, Cecília ronronou...

E na mente de AJ passou, em segundos, perguntas e respostas que há tanto tempo o atormentavam:

Com quantas mulheres ele havia dormido, tentando tirar Cecília de seu corpo? Ele não poderia contar. E conseguira esquecê-la, removê-la de dentro de si? Não!

Há quanto tempo ele sabia que Cecília era, é e seria a mulher que preencheria cada um de seus espaços? A vida inteira, ele sempre soubera.

Como deixá-la ir agora, se precisava dela mais do que o próprio ar? Não, não poderia.

Ele precisava exorcizá-la, caso isso fosse possível. E o que melhor para isso, do que experimentá-la, possuí-la, fazê-la sua?

Ele precisava de Cecília! E sabia que tudo mudaria depois disso!

Deus! Como ela ansiou por este tipo de beijo, vindo daquela boca que ela experimentara apenas duas vezes, ele estava se entregando, ela podia sentir. O quanto ela ansiou por este contato, tão íntimo. Pele contra pele. Corpo contra corpo. Não saberia dizer como estava se sentindo. Ela tinha vontade de chorar de tanta alegria. Mas uma parte de sua mente ainda se preocupava. Se ele fugisse novamente. Se ele realmente não a amasse... E se... Eram tantos ses...

Diz-me como alguém consegue pensar, quando o homem que ama está lhe beijando dessa maneira?- pensou Cecília.

AJ explorava a boca de Cecília sentindo cada recanto, saboreando todo o sabor, pensando que a lembrança daquela boca o havia acompanhado sempre. E que a cada dia ficava melhor, mais generosa. E sentiu uma pontada de ciúme. Quantos homens haviam beijado aquela boca além dele? Cecília haveria deixado algum homem tocá-la como ele a havia tocado? E quantos? Ele sabia que esses sentimentos eram injustos para com ela, afinal ele não fora nem de perto um monge, mas Ciih havia nascido para ser dele, lhe era inconcebível imaginá-la nos braços de outro.

Ele desamarrou as alças do biquíni, beijando delicadamente o pescoço, os ombros de Cecília no processo. Ela pendia a cabeça para trás e deixava-se beijar. Estava com a boca entreaberta, rosada, inchada de desejo, sua respiração estava cada vez mais acelerada e suas mãos mergulhadas na água atrevidamente acariciavam as firmes nádegas daquele ser perfeito, trazendo-o mais e mais para junto de si.

AJ olhou os seios livres, agora, do pequeno biquíni. Sentiu-se maravilhado! Eles não eram grandes, nem pequenos e realmente encaixavam perfeitamente em suas mãos, notou ao segurá-los, acariciando o bico intumescido, precisava lhe sentir o gosto. Mas ele queria mais! Então começou de forma sensual a conversar com Cecília, pois dessa vez ele não fugiria, dessa vez não era errado, dessa vez ele iria até o fim...

- Ciih, olhe para mim e diga o que sente.

Cecília olhou-o sem entender a princípio o que ele queria e ele pediu:

- Fale-me o que sente. Você gosta disso? – e acariciou o botão rígido.

Cecília gemeu e sussurrou:

- Sim.

- Não, querida, não somente sim, me diga o que sente.

- Ah, me sinto entregue, isso me excita muito e sinto que preciso de mais...

- Mais o que? – perguntou AJ com voz rouca

- Quero sua boca AJ!

AJ sentiu um frio no estômago e um som quase animal saiu de suas entranhas. Ele não podia se sentir assim, nem de longe era sua primeira vez com uma mulher, mas com Cecília suas sensações eram como se fossem assim. Abaixou a cabeça e passou à língua em um dos mamilos já túmidos, Cecília arqueou as costas expondo-os ainda mais. Ele lambeu, sugou, mordiscou, devagar e mais depressa, um de cada vez. E achou que talvez, dessa vez, não seria possível dar a Cecília todo o prazer que ela merecia, pois ele já estava chegando ao limite, somente de poder acariciá-la daquele modo.

- Ah, Ciih, eu não estou agüentando mais, você vem me deixando louco há cinco anos, eu preciso de você, agora! Enlace minha cintura com suas pernas.

Cecília obedeceu e quando sentiu o membro de AJ roçar o meio de suas pernas, ela teve certeza que quase alcançou um orgasmo, somente com a perspectiva de ser penetrada. AJ por sua vez teve que respirar fundo algumas vezes, para não perder de vez todo seu controle.

Com Cecília no colo, AJ saiu da piscina, beijando-a sem parar, levou-a até uma espreguiçadeira de casal que havia perto da piscina, deitou-a delicadamente e antes de deitar-se a seu lado, ele desamarrou a parte de baixo do biquíni e ficou em pé para contemplar todo aquele corpo magnífico que ele esperara por tanto tempo, sem saber que somente ele poderia aplacar todo o desejo e frustração que o acompanhou por todos aqueles anos.

AJ deitou-se ao lado de Cecília e beijou-lhe apaixonadamente, passando sua mão por todo aquele corpo esguio, forte e tão feminino. E ao mesmo tempo, redondo, cheio de curvas. Ele sempre adorara ouvir Ciih falar, ela tinha uma voz musical, feminina e perguntou:

- Você pensava em mim fazendo isso? – e introduziu um dedo dentro da fenda úmida e quente dela, enquanto sugava um mamilo.

Cecília não conseguiria falar agora, ela não mal conseguia pensar. Ele parou de beijar-lhe o seio e retirando o dedo abruptamente disse:

- Se você não responder minhas perguntas, eu não farei mais nada. Você gosta disso? – e voltou a introduzir o dedo delicadamente.

Cecília sabia o que AJ estava fazendo. Sabia que ele estava fora de controle, mas que precisava se sentir com as rédeas nas mãos, que precisava se sentir dono da situação, que tudo aquilo não o abalava, que era somente corpo contra corpo, que não havia coração envolvido, mas ela não se importava, tudo a excitava ainda mais e respondeu quase gritando, quando ele tirou e introduziu o dedo de novo, dessa vez mais fundo:

- Sim, adoro!

- Você quer mais? – a voz de AJ estava baixa e rouca.

- Sim, mais – Cecília quase ofegava.

Ele introduziu mais um dedo em Cecília, olhando-a, pediu:

- Não, não feche os olhos, Ciih, olhe para mim.

Ela abriu os olhos e viu seu AJ ali, emoldurado com a luz do sol que banhava todo o lugar, transformando-o na imagem do deus que ela admirara na piscina. Ele estava cheio de desejo, apoiado com o cotovelo segurava a cabeça com uma das mãos, enquanto em seus lábios brincava um meio sorriso, que era pura malícia, ele falou:

- Dessa vez, quero estar olhando-a quando você gozar... Goze para mim, Ciih, goze para mim... – enquanto falava ele arremetia os dedos e com o polegar massageava seu clitóris, enquanto sua boca explorava mais uma vez seus seios sem deixar de olhá-la. A cena toda era puro erotismo. A luz do sol que os acariciavam, a música suave que os envolvia e a excitação incontrolável, que era tanta que chegava a ser palpável.

Cecília soube de imediato que ele não precisaria lhe pedir novamente, sentiu todo seu corpo se retesando, para depois explodir num orgasmo alucinante. E ela gritou o nome dele, gritou que o amava... Sentiu os braços de AJ envolvendo-a num abraço apertado e ouvia sua voz rouca em seu ouvido dizendo: “assim, meu amor, assim...”.

Muitas mulheres haviam se entregado a AJ, mas nenhuma como Cecília. Ele sabia que poderia lhe pedir qualquer coisa que ela faria, não somente por que o amava como ela disse, mas porque confiava nele, ela sabia que ele jamais a machucaria. E isso era mais do que AJ precisava saber para não deixar Cecília sair de sua vida nunca mais. Aprendera que amor, confiança e respeito andavam juntos e ele tinha tudo isso e mais com a mulher maravilhosa, admirável que estava agora em seus braços.

Que se danasse seu pai, a mãe dela, a sociedade hipócrita que os cercavam!

Ele iria se casar com a mulher que amava!

Nada mais importava... Bem, havia Linda ainda, mas isso ele resolveria quando ela voltasse, não, ele iria atrás dela e terminaria tudo!

Ninguém mais estaria entre ele e Ciih.

A única mulher que ele realmente quis para a vida toda era aquela que agora estava ali tão entregue a ele. E lutaria por ela. Ela já não era mais nenhuma criança, a diferença de idade entre eles já não pesava mais como antes e definitivamente ela não era sua irmã.

Ajoelhou-se ao lado de Cecília e segurando seu rosto com as duas mãos, perguntou-lhe emocionado:

- Você tem idéia de como é linda? Eu não sabia, mas a esperei por todo esse tempo. Era o seu corpo que eu procurava nas outras, era sua boca – e deu um leve beijo nos lábios de Cecília – que eu beijava, era seu cheiro que eu queria sentir... Ah Cília, como fui tolo... Desculpe-me por ontem, me desculpe por tudo que eu fiz, por tentar afastá-la de mim...

Cecília tinha lágrimas nos olhos, aquilo estava sendo melhor do que todos os sonhos que ela tivera desde sempre com AJ. Ouvi-lo dizer-lhe tudo aquilo, naquele lugar idílico, era mais do que ela podia esperar e disse emocionada:

- Eu sempre o amei, eu esperei você por toda minha vida, tive tanto medo de perdê-lo, de não tê-lo...

- Shhh, isso acabou, não haverá mais nenhuma mulher em minha vida, conversarei com Linda... Vou ser seu hoje e para sempre, Ciih. Mas agora eu preciso estar dentro de você...

- Oh, AJ... Linda, ela pode chegar e...

- Esqueça tudo, amor, ninguém chegará. Não pense em nada agora, somente em nós...

Hesitante, já temendo a resposta, AJ perguntou:

- Ciih, você já... Foi de mais alguém?

- Não, nenhum homem, ao menos, me tocou como você. Eu...

- Oh, querida, não precisa dizer-me mais nada, eu sei, você é minha, somente minha.

E por mais machista que isso parecesse, AJ se sentiu elevado em saber que Cecília realmente havia esperado por ele. Agora mais do que nunca, aquilo precisava ser especial para ela. Ele precisava ir devagar, precisava se conter, para dar a mulher de sua vida uma primeira vez inesquecível. Por mais que quisesse estar dentro de Ciih, aliviar seu próprio desejo, ele primeiro se concentraria nela, somente nela.

- Precisamos sair daqui, te quero numa cama, Ciih.

- Não, AJ, eu o quero aqui. – e Ciih trouxe AJ mais para perto, beijando-o, fazendo-o enlouquecer ainda mais.

AJ sentiu o cheiro da excitação de Cecília, o cheiro de sua essência em suas mãos e falou suavemente:

- Há muito tempo que espero, com loucura, para fazer isso...

E AJ foi descendo sua boca pelo corpo dela, beijando-lhe cada pedacinho.

Cecília imaginou que depois do clímax que havia alcançado, não conseguiria sentir-se ainda mais excitada, mas sentir a boca de AJ beijar-lhe o corpo a estava preparando para mais uma viagem, uma viagem intensa.

AJ se sentia perdido diante de tanta perfeição. Os cabelos castanhos e ondulados de Cecília estavam espalhados pela espreguiçadeira. Os raios de Sol refletidos nos fios castanhos, transformava-os numa moldura feita de ouro para seu rosto que parecia sido pintado por um artista perfeccionista, tal era sua beleza; os olhos brilhantes, as faces rosadas, os lábios vermelhos e inchados, entreabertos para facilitar sua respiração acelerada. Seu pescoço era delicado, os ombros macios, os seios... Ah, os seios... Eram mais que perfeitos, com os mamilos parecendo botões de rosas, com o verdadeiro sabor do néctar.

Ela tinha a cintura fina e aquele piercing, era puro deleite erótico. Seus pelos pubianos eram macios, um pouco mais escuros que seus cabelos e tinham a forma de um triângulo perfeito. Seus “lábios” eram grossos, generosos, dando o acabamento exato para a entrada ao paraíso. As pernas de Cecília sempre foram à maior tentação para AJ, fortes, musculosas, sem perderem a feminilidade. Ele era um homem de sorte em tê-la ali em seus braços e por saber-se amado por um ser que era a personificação de que os seres humanos eram verdadeiramente a semelhança de Deus. Perfeitos!

Era indiscutivelmente diferente fazer amor, com alguém que ele se importava, com alguém que ele amava. Os seus sentidos pareciam ter se intensificado, ele ouvia os gemidos como se saíssem de dentro de seu próprio cérebro; o cheiro de Cecília o invadira inteiro; todo gosto dela estava em sua boca. E quando ele chegou ao triângulo no meio de suas pernas, ele não quis menos. Com as mãos em suas nádegas ele a trouxe inteira para sua boca, envolveu e sugou até a última gota do seu prazer, murmurando:

- Isso é melhor do que eu pensava, seu gosto é tudo e muito mais do que imaginei... Doce! Salgado! Maravilhoso!

Cecília achou que dessa vez ela desfaleceria. AJ literalmente a estava devorando. Ele sugava seu clitóris para dentro de sua boca, como se estivesse saboreando um manjar dos deuses e introduzia sua língua o mais fundo que podia alcançar. Tudo sem ao menos por um segundo, tirar os olhos das reações de Cecília. E murmurava palavras e emitia gemidos de puro deleite. Segurava-a firmemente pelas nádegas, quando ela achava que não iria agüentar mais e tentava se afastar, ele a aproximava ainda mais. Dessa vez ela não subiu aos céus, ela teve certeza que foi o céu que desceu e a alcançou. Nem ao menos saberia dizer se gritou ou não, pois sua mente sumiu por segundos e mesmo durante o dia, ela poderia jurar que vira estrelas.

AJ mais uma vez a abraçou e a embalou até que ela se recuperasse e quando ele percebeu que ela lhe entenderia, disse, zombeteiro e orgulhoso de si mesmo por ter proporcionado aquela mulher divina um prazer desmedido:

- Espero que essas paredes sejam a prova de som. Senão daqui a pouco tenho quase certeza que teremos companhia.

Cecília deu-lhe um sorriso e corou, ele balançou a cabeça negativamente:

- Nunca, mais nunca mesmo, tenha vergonha de ser você mesma comigo, de se abrir, de se soltar inteiramente. Você é linda, perfeita, Ciih. Tudo que um homem deseja em uma mulher...

Ela o beijou elevada, queria dar a AJ todo o prazer que ele lhe havia proporcionado. Trazendo-o para si, ela abriu suas pernas convidando-o ao ato supremo.

Ele a beijou de volta, mas parou olhando-a com os olhos escurecidos pelo desejo:

- Precisamos sair daqui, Ciih, eu não tenho como nos proteger aqui, entende?

- Eu não me importo – disse Ciih, já enlaçando a cintura de AJ com suas pernas, fazendo o membro intumescido tocar em sua umidade latejante – eu quero senti-lo inteiro sem barreiras! Eu confio em você...

- Eu sei querida, mas você pode ficar grávida...

- Será o dia mais feliz da minha vida, o dia que souber que estou carregando um filho seu – e os dois gemeram, quando Ciih, com a ajuda de suas pernas o trouxe mais para perto, fazendo que uma pequena parte de seu pênis a penetrasse.

Com o maxilar contraído para tentar controlar-se, AJ disse:

- Devagar, meu amor, devagar. Isso pode ser dolorido para você.

Cecília já estava novamente louca de desejo e disse com a voz entrecortada:

- Por favor, AJ, me possua, eu não sentirei dor, você não me machucará...

AJ, de qualquer maneira, não suportaria mais. Ele ainda tentou se controlar e penetrá-la aos poucos para poupá-la, mas percebeu que dessa forma talvez a fizesse sentir mais dor e com uma única arremetida, ele chegou ao âmago de Cecília.

Cecília se retesou e mordeu os lábios para não gritar de dor, o que fez AJ parar e falar:

- Agora acabou. É só relaxar, amor, relaxe para eu poder lhe dar prazer.

Devagar ele começou movimentar-se dentro de Ciih. Suas arremetidas eram lentas, mas profundas, fazendo-o suar, tamanha era sua concentração e controle, para que ele não alcançasse o clímax antes dela.

Ele nunca havia imaginado que seu ato de amor com Ciih poderia ser assim, tão intenso. Jamais imaginou que fazer amor com ela, poderia lhe causar esse fascínio, essa dor de amor. Ele sentia Cecília o envolvendo por inteiro, ali estava seu corpo, seu coração, sua alma, por isso era tão sensacional.

Ele estava tão extasiado que sentiu lágrimas em seus olhos e pronunciou o nome de Cecília com voz entrecortada de desejo e emoção:

- Ciih?...

E Cecília entendeu que ele estava pedindo a ela se poderia gozar, ao que ela respondeu:

- Sim, amor, sim...

Ele acelerou o ritmo de suas investidas e sentiu o corpo de Cecília apertar seu membro, sabia que agora ele poderia libertar o animal irracional que o dominava, pois os dois iriam alcançar o clímax juntos. E com investidas profundas, ritmadas, aceleradas, sentiu o momento que Cecília saía desse plano para alcançar um plano superior e com um urro gutural, ele soltou todo seu desejo, toda sua loucura, acumulada em cinco anos de espera e angústia.

Caiu sobre Cecília exausto, satisfeito, como nunca na vida ele havia se sentindo. Nem sua primeira vez, havia sido assim, cheia de fascínio, amor, entrega total.

Ele deitou-se de lado e trouxe Cecília consigo. Abraçando-a forte, como se ela fosse somente um sonho e ele pudesse a qualquer momento acordar sem tê-la ao seu lado e a ouviu soluçar. Ela estava chorando! Deus, ele a havia machucado:

- Ciih, amor, eu a machuquei? Desculpe-me... Desculpe-me...

- Não, AJ. Você foi maravilhoso, jamais imaginei que o amor pudesse ser assim, tão... Tão... Não sei que palavra usar para expressar o que estou sentindo.

E ela o apertou mais no seu abraço. Ficaram enlaçados, somente lembrando-se do ato e desfrutando do momento.

terça-feira, 13 de abril de 2010

FIC Meu Primeiro e Único Amor CAP 6

AJ afastou-se abruptamente, mantendo-se de costas para porta, disse ofegante:

- Por favor, Janice, nos dê alguns minutos.

Cecília já havia ficado em pé, mas não conseguia levantar os olhos para olhar para a mulher horrorizada parada a porta, só conseguia alisar a saia amarrotada. Supostamente a secretária estava em choque, pois mesmo depois da frase de AJ, ela não se mexeu, com voz autoritária AJ disse:

- Janice, saia agora, por favor!

O corpo da mulher deu uma leve tremida e ela saiu fechando a porta atrás de si, sem dizer uma palavra.

Ele terminou de abrir o cinto, arrumou a camisa dentro da calça, sem olhar para Cecília, se aprumou e encaminhou-se ao sofá próximo as grandes janelas e sentou-se com as mãos cobrindo o rosto.

Depois de balançar a cabeça negativamente, levantou os olhos e encarou a mulher que o fazia cometer desatinos, os quais ele abominava: como homens que se aproveitavam da inocência de menores e outros que tratavam o lugar de trabalho como um parque de diversão sexual. Graças a Cecília, ele já havia cometido os dois pecados.

Mas olhar aquele rosto quase inocente e os olhos que ainda guardavam a chama do desejo e da vergonha de ser pega. Fazia-o esquecer que era um pecador. A queria, ah Deus, como ele a queria!

Como ele ainda seria capaz de negar isso a si mesmo se ela continuasse ali, tão perto? Se ela ainda continuasse na mesma cidade que ele? Ou até, pensou tristemente, se ela ainda habitasse o mesmo planeta? Tinha que mantê-la à distância! Essa frase repetitiva insistia em sua cabeça e por fim falou:

- Você, agora, precisa ir! De todos os problemas que já tinha, a sua presença e minha falta total de controle, mais uma vez, me causou mais uma dificuldade. Preciso me desculpar com Janice, ela não teve culpa de presenciar...

- AJ, eu...

- Não, Ciih, não. Eu gostaria de lhe pedir um favor, pela amizade que tivemos, que temos, eu acho – AJ sabia que estava correndo o risco de estar se abrindo demais, de Ciih saber que ela era seu ponto mais fraco, mas continuou:

- Preciso que você volte para Carlson. Preciso que você fique longe de mim. Eu não consigo ser eu mesmo com você por perto. Eu me perco me entrego e eu não quero isso...

Cecília estava se sentindo radiante, ela sabia que não poderia sorrir e nem gritar de alegria, que precisava manter a face séria, mas AJ estava deixando claro que ele sentia algo muito forte por ela, mas ela não havia escutado a frase final ainda:

- Eu não quero você em minha vida – e mesmo sabendo que, se um dia ele se arrependesse e no futuro descobrisse que não conseguiria viver sem ela, continuou – eu vou dizer somente uma vez, então preste atenção: Eu não sei que tipo de fantasias você criou a meu respeito, mas a única coisa que quero para você é que seja muito feliz em sua vida. Quero que você encontre um homem que a ame e você o ame igualmente, mas Ciih, esse homem não serei eu! Eu não a amo...

Um soluço dolorido saiu da garganta de Cecília que estava trancada até o momento, seu estômago se contraiu e ela o segurou se curvando. Ela imaginou que AJ não pudesse machucá-la mais do que a havia machucado há cinco anos atrás, mas aquilo estava sendo infinitamente pior.

Nada poderia ser pior para AJ do que ver Cecília naquele estado. Ele a amava mais que tudo, ela era mais que uma irmã para ele.

Irmã?! Rá!

Mas ele resolvera que dessa vez seria definitivo. Não queria mais Cecília próxima de sua vida, ele a desejava demais e ela era algo que ele não poderia ter, jamais. Então por que ficar se martirizando? Tanto ela como ele, precisavam viver livres desse..., ele nem ao menos sabia nomear o sentimento que os impelia um para o outro.

Ele levantou-se, pegou o telefone que estava no chão, derrubado com a paixão de minutos atrás e pediu a Janice que mandasse Gómez esperar Cecília no hall de entrada do prédio e depois a levasse para o apartamento de Mia.

Cecília achou que estava vivendo outra realidade, nada daquilo estava realmente acontecendo com ela. AJ a estava mandando embora, mais uma vez tirando-a da sua vida de maneira abrupta, sem palavras de consolo. Simplesmente: saia, pois eu não te amo... Uma nova dor no estômago a fez se curvar.

Sim, ela iria embora, ela prometera para si, que seria sua última chance, se AJ não a amasse, não a quisesse ela o esqueceria, então era isso que iria fazer, ela iria esquecê-lo!

Ah, como queria poder odiá-lo, mas odiá-lo mais que tudo, por lhe fazer sentir tamanha dor, mas sabia que a culpa era toda sua. Não tinha que amá-lo tanto, não deveria tê-lo desejado a ponto de sair de sua vida e ter tentado entrar na dele. Ele estava noivo e iria se casar... Sem conseguir se controlar Cecília começou a chorar. Como ela podia perder o restante de sua dignidade diante daquele homem que ela não conhecia mais? Saiu sem ao menos recolher as coisas que agora estavam, algumas espalhadas pelo chão e outras pela mesa. Desceria e esperaria o motorista no hall, como ela ouvira-o comunicar a Janice.

AJ viu Cecília sair chorando, lembrou-se que dessa vez era ela que saía e o deixava, mas na verdade não tinha muita diferença da vez anterior, não é mesmo? Os dois estavam machucados, ela com certeza mais que ele. Ou não? Por que ele jamais imaginou que iria sentir tamanha dor. Seu peito se apertava e lágrimas vinham aos olhos. Ele não se lembrava de ter experimentado tamanho sentimento de perda como agora.

Mas era para o bem dela! Ela tinha que ser feliz!

Os pais dele eram contra aquele relacionamento, os pais dela eram contra. Havia a diferença de idade, a ponte imensa da experiência que os separava. Nada disso era novidade para AJ. Ele já se ouvira falar de todos os motivos milhares de vezes, mas mesmo assim tudo aquilo era penoso demais. Estava cansado daquela história entre os dois. Era hora de colocar um ponto final naquilo tudo.

Terminou de se recompor, recolheu a comida, recusando ao seu cérebro qualquer pensamento em relação à mulher que trouxera aquilo.

Sentou-se a sua mesa e com a postura de sempre, empresário eficiente e sério, pediu a Janice que viesse ao seu escritório.

A mulher entrou e permaneceu de pé, com um ar constrangido, mas também indignado no rosto, até que AJ apontasse a cadeira para que ela sentasse. Após sentarem-se, os segundos de silêncio foram constrangedores e então ela falou o mais profissionalmente possível:

- Seu pai pediu para que você ligasse para ele assim que estivesse desocupado e sua noiva também ligou – o sarcasmo na palavra noiva não passou despercebido a AJ, mas se ela continuasse ele não toleraria insubordinação, mesmo que essa funcionária fosse mais velha de empresa do que ele próprio – e Sr. Mclean eu bati antes de entrar...

- Janice, Sra. Smith - era a primeira vez que a chamava assim desde que assumira a presidência da empresa – peço-lhe desculpas por a senhora ter presenciado... Aquilo e espero contar com a sua descrição.

- Por certo, senhor, como sempre.

- Obrigado, Janice, pode se retirar. Por favor, ligue para meu pai, sim?

- Pois não, senhor.

- E Janice, minha... Linda deixou algum recado?

- Não, senhor, somente disse que ligaria mais tarde.

- Obrigado.

- Com licença.

E Janice se retirou da sala, deixando para trás um AJ empenhado em esquecer tudo que se passara e a se concentrar no trabalho.

Cecília desceu no elevador, arrasada, mas não daria a AJ o gostinho de tê-la deixado naquele estado. Precisava sair dali, precisava realmente voltar para seus cavalos, sua vida, mas primeiro precisava desabafar, não chorar, espernear, ou bater os pés como uma menina mimada, somente precisava colocar para fora o que estava sentindo, para não explodir. Já que não tinha seus cavalos ali, para levá-la para longe numa cavalgada desenfreada, onde colocaria todos os demônios da tristeza para fora, correria para Mia e depois iria embora, continuar sua vida e encontrar o homem que a faria feliz como AJ sugerira.

AJ, AJ, AJ! Teria que parar de pensar naquele homem! Teria que parar de amar aquele homem! Ah, por que gostar de alguém era tão complicado? Não seria tudo mais fácil se ao nascer nós tivéssemos um comando que dizia “você se apaixonará por esta pessoa” e a pessoa te amaria de volta, simples assim, sem complicações, sem altos e baixos, sem sofrimento... Nãaaao, tudo iria ser monótono demais!

Cecília foi direto para o ateliê de Mia, ao chegar lá percebeu que não conseguiria conversar com a amiga, o lugar estava realmente cheio.

Mia explicou-lhe que o famoso corpo de balé de Dallas iria fazer uma apresentação especial no sábado e a elite da cidade iria estar toda presente, vestindo roupas exclusivas da nova badalada estilista, que também, era uma Mclean. Um nome era quase tudo naquela sociedade.

Mia percebeu que Ciih não estava bem, mas infelizmente não pôde dar à amiga a atenção merecida, pediu que ela fosse para casa que mais tarde conversariam. Aquela tristeza, transformada em determinação, somente poderia ser obra de seu irmão. AJ pagaria caro se houvesse magoado Ciih novamente, pensou Mia, para concluir, depois, que a própria Ciih era quem procurava aquele sofrimento.

Cecília queria embora o mais rápido possível, mas não deixaria Mia daquela forma e também não fugiria como AJ fugira dela todo aquele tempo. Ela teria mais coragem e consideração do que ele, um dia, tivera para com ela. Foi para o apartamento esperar a amiga e no sábado iria embora, ou quem sabe no domingo, somente, não precisava voltar tão cedo. Estava de férias na faculdade, isso se voltasse. Aprendia mais no dia a dia do haras do que nos dois anos que ficara enfiada em salas de aula, mas seu pai jamais concordaria com isso. Bem, agora não era hora para pensar nisso também.

AJ mergulhou no trabalho, certo que isso iria ajudá-lo a manter a sanidade, mas por várias vezes se viu pensando no ocorrido e sua mente se enchia de “ses”.

Estava envolvido novamente em um desses devaneios, quando Janice anunciou que Linda estava ali, AJ pediu que a conduzisse direto ao seu escritório, pensando no que estava acontecendo com as pessoas, principalmente as mulheres, para achar que seu local de trabalho era um lugar para encontros sem hora marcada.

Linda entrou apressada ao escritório, com os olhos marejados de lágrimas. AJ imaginou se ela já soubesse de alguma coisa, mas ela veio direto para ele e o abraçou com força, como se precisasse de consolo. AJ a abraçou e quando percebeu que ela estava mais calma, perguntou:

- O que foi Linda? O que aconteceu?

- Minha melhor amiga me ligou de Londres e disse-me que a mãe dela acabou de falecer... Ela... Disse que estava tudo bem e que de repente a mãe sentiu-se mal e foi levada as pressas para o hospital e... que não tiveram tempo de salvá-la... Ah, AJ ela era como uma mãe para mim também... – Linda estava visivelmente abalada, AJ deixou-a chorar e desabafar – nós vivíamos juntas eu e Mary. A mãe dela me tratava com tanto carinho, o carinho que faltava em minha casa, eu tinha lá.

Ela voltou a soluçar e AJ a sentou no sofá e pediu a Janice que trouxesse um copo com água. Depois de beber a água, ela lhe pareceu mais calma e por fim disse:

- Mary disse que precisa de mim, eu tenho que ir para Londres.

- Tudo bem, Linda, eu fretarei um avião, chegaremos mais rápido assim.

- Não AJ, eu preciso ir sozinha. Preciso viver isso somente com minha amiga, não quero que você vá. – Linda sabia que não era seguro deixar AJ sozinho agora, afinal àquela vaqueira linda estava solta no pasto, num pasto muito próximo de AJ, mas não queria um homem atrapalhando, queria colocar para fora todo aquela dor, sem que homem nenhum presenciasse.

- Mas Linda, você não pode viajar sozinha nesse estado. Eu vou com você.

“Assim eu me afasto daqui, me afasto da tentação que é Cecília” – pensou AJ.

- Não! Eu não quero AJ. Eu preciso viver isso sozinha com minha amiga, somente eu e ela... Tente entender, nosso relacionamento ainda é tão recente, não estou preparada para dividir isso com você.

“Deus, será que ele não entendia, ela não queria dividir a vida com ele, somente queria compartilhar sua fortuna, nada mais” – Linda tentava parecer serena, quando na verdade queria gritar com AJ, que ele não era bem vindo em sua intimidade.

- Mas, Linda, nós vamos nos casar. Não existe intimidade maior entre as pessoas do que dividirem a mesma casa. No momento do sim, não existirá mais eu ou você, sempre será nós. Ou não é assim que você pensa?

“Deus, não estou me reconhecendo, para que tudo isso? Somente para ficar longe de Cecília? E por que as mulheres são tão complicadas?”

Bastava somente viajar para outro lugar, não precisava falar que desejava dividir sua vida com Linda, ele não iria dividir nada com ela. Ele a teria como um bibelô, para ser mostrado quando precisasse e uma mãe para seus futuros filhos, só isso!

Só isso?!

Onde ele estava com a cabeça para entrar numa furada dessa? Não poderia seguir com aquilo! Mas agora não era hora de dizer essas coisas para a mulher que ele trouxera para aquela farsa, quando ela voltasse, ou depois de uns dias ele seguiria para Londres e colocaria um ponto final em todo aquele circo que ele armara.

Agora, pensando com mais clareza, era melhor mesmo que ela fosse sozinha. Os laços entre eles eram tênues, afinal eles tiveram somente um mês de relacionamento, mais do que qualquer outra que AJ tivera nos últimos cinco anos, mas mesmo assim, a verdade era que ela não passara de mais uma. Ele não sentira nada por ela, além de excitação pela presa e depois o vislumbre que poderia viver uma vida de casado sem amor e complicações.

AJ era um homem passional, sua vida amorosa, jamais seria completa se ele não vivesse uma grande paixão, um amor romântico, no sentindo completo da palavra. E ele sabia com quem ele poderia viver isso. Ele sabia há tanto tempo, quanto possível. Bem lá no fundo, ele soubera desde o dia que a vira pela primeira vez, quando ela tinha somente cinco dias de vida. Mas esse era um amor proibido, proibido pela família, pela sociedade e pela sua consciência.

Depois de ajustar seus pensamentos à realidade, ele pediu para Janice providenciar o vôo a Linda, assim como um carro que ficaria a disposição dela em Londres para a sua locomoção. E ela partiu para seu apartamento com Gómez para fazer as malas. Depois foi diretamente para o aeroporto. O relacionamento deles era tão vazio, que a despedida foi fria. Ela nem ao menos tinha idéia de uma data para seu retorno, disse somente que voltaria quando a amiga não precisasse mais dela, como se o noivado deles importasse nem um pouco. E ainda pediu a ele para que transmitisse mil perdões a sua mãe, mas precisaria adiar a festa de noivado, talvez ela não voltasse até a próxima semana.

AJ terminou seu dia no escritório e foi para casa. Dessa vez nada o fez querer parar no apartamento de Mia. Aquela página de sua vida estava virada, não voltaria para ela.

Cecília passou as horas que faltavam para Mia chegar, fazendo uma retrospectiva de toda sua vida. E não gostou do viu, bem não gostar do que viu era um pouco forte. Afinal tivera uma vida como à de uma princesa. Nunca, nada faltara a ela. Brinquedos, educação, diversão e muito amor dos pais e amigos. Fora coroada não somente por sua beleza, mas também por sua simpatia. Na faculdade tirava boas notas e começava a conquistar excelentes amizades, além de respeito.

Mas sua vida amorosa, desde a adolescência, era um zero a esquerda. Mia tinha razão, não se abrira para os rapazes que se aproximavam, sempre sonhando com o momento, que seria boa ou velha o bastante, para AJ. Depois, então, do dia de seu aniversário, não conseguia imaginar outro homem a tocando como ele fizera. No entanto, com a pressão das amigas na faculdade acabara ficando com dois rapazes. Os dois eram lindos, com carreiras brilhantes pela frente, mas Cecília não conseguia deixar de compará-los a AJ. E os romances acabaram antes mesmo de terem começado. E aonde isso a levara? A lugar algum.

Hoje AJ mostrou-se um homem que ela não conhecia mais, iria se casar e a pior das sentenças deixara bem claro que ela, mesmo se ele não estivesse comprometido, não era uma opção.

Mia, por fim, chegou mais tarde que o esperado e estava cansadíssima. Mesmo assim, sentou-se e ouviu tudo que Cecília tinha para contar sobre o dia. Mais uma vez, Cecília teve que segurar Mia e implorar para que ela deixasse AJ em paz, pois de acordo com a própria Mia, ela queria ver sangue. Mas Cecília lembrou-a que a culpa, mais uma vez, era da menina sonhadora que morava dentro dela, mas que de agora em diante aquilo havia acabado. Fez um juramento que não correria mais atrás de AJ, que iria deixá-lo em paz e que o esqueceria no mais breve espaço de tempo possível.

Foram dormir tarde da noite e Mia pedira para a amiga ficar pelo menos até domingo, pois não tiveram muito tempo juntas e por causa do espetáculo de balé ela teria que trabalhar o sábado todo. À noite as duas poderiam ir assistir ao espetáculo. Cecília concordou e deixou que a amiga fosse descansar. Apesar de achar que não conseguiria dormir, seu corpo estava tão exausto, pelas emoções vividas, que dormiu rapidamente.

Acordou no outro dia, novamente sozinha, achou um bilhete de Mia, dizendo que já havia saído que a Sra. Bishop havia deixado o café da manhã pronto. No bilhete Mia sugeria que ela fosse tomar um banho de piscina na cobertura de AJ. Prontamente Ciih pegou o telefone e ligou para Mia. A amiga devia estar louca se ela iria se arriscar a encontrar AJ ou Linda, nessa tal piscina. A própria Mia atendeu:

- Mia, Mia é você?

- Oi, Ciih, tudo bem?

- Tudo bem, mas que história é essa de me sugerir a tomar um banho de piscina na cobertura de AJ?

- Ah, Ciih, que susto! Achei que houvesse acontecido mais alguma coisa com você... Não é uma sugestão absurda, afinal AJ nunca tem tempo para ir lá, o lugar está sempre vazio e acredito que você também não encontrará Linda. Desde que chegou a mulher não sai do Spa do condomínio ou dos shoppings da cidade – Apesar de gostar de Linda, Mia sabia que ela era um pouco fútil – o código para a liberação do elevador para a piscina está escrito no bilhete. Um beijo querida, estou ocupadíssima, tchau...

E Mia simplesmente desligou.

Cecília foi para o quarto e trocou seu pijama, por um shorts jeans e uma regata rosa, colocou um chinelo de dedos e se dirigiu-se ao elevador.

Não adiantava ficar se remoendo, iria dar um mergulho e se distrair o máximo possível! Precisava afastar aquela tristeza que queria dominá-la, ela não era assim, era uma pessoa alegre, cheia de vida, cheia de expectativas e não deixaria AJ tirar isso também. Digitou o código no painel de segurança, rindo da situação, tudo ali tinha código.

Quando as portas do elevador se abriram e ela entrou no pátio da piscina, seu queixo caiu. Nossa! Aquilo era lindo! Ela parecia ter entrado numa cena de um conto de fadas, ou algo parecido.

A primeira coisa que veio em sua mente depois do deslumbramento foi:

Quantas mulheres AJ haveria de ter levado aquele lugar encantado?

Com quantas ele transou dentro daquela piscina?

Será que já teria feito amor ali, com Linda?

O ciúme tomou conta de todos os seus poros. Balançou a cabeça, mandando as garras daquele sentimento embora. Não importava mais o que AJ fizera ou não entre aquelas paredes, não importava mais, ela tinha que tirar AJ de sua mente, tirá-lo de sua alma e coração.

Andou devagar, observando cada detalhe. Realmente estava num lugar encantado a qualquer momento iria ouvir os risos das ninfas e o som da flauta de Sátiro.

Entrou no vestiário, que mais parecia um banheiro de luxo de um hotel cinco, não cinco estrelas não, sete, oito talvez. Ele era todo de azulejos brancos decorados com cenas de banhos, com mulheres delicadas e etéreas, despejando água com seus cântaros, em banheiras de mármore com pés de ouro.

Havia plantas e flores espalhadas, imbuídas a deixar o ambiente mais agradável e aprazível aos olhos e ao olfato. O teto era branco em arco com um lustre de cristal, espalhando pelas paredes, reflexos coloridos. Havia algumas poltronas e duas espreguiçadeiras; até ali as pessoas eram convidadas a relaxarem. Um armário antigo cheio de rococós que combinava perfeitamente com o restante da decoração estava disposto em uma das paredes. Havia duas pias de mármore branco, lindamente decoradas e suas torneiras eram douradas. Tudo combinava com perfeição e CiiH gostou de imaginar que talvez AJ houvesse participado da escolha da decoração pessoalmente. Apesar de a vida inteira Cecília ter vivido no luxo, não conseguia esconder a admiração pela bela arquitetura e decoração.

No armário encontrou vários biquínis de Mia, nenhum realmente servia. Mia era um pouco mais baixa que ela e mais delicada também. Cecília tinha seios e nádegas maiores, mas tudo bem, nunca havia sido púdica e se encontrasse alguém, talvez Linda, bem, ela iria saber o que era uma mulher com curvas. Ah, mas ela não queria encontrar mais ninguém, queria estar só, para desfrutar daquele paraíso e esquecer... Esquecer...

Ao terminar de amarrar o biquíni, ela ouviu primeiro a música que invadiu o banheiro e depois o som de alguém mergulhando na água.

Só poderia ser Linda. Na verdade Cecília não queria um confronto com a mulher. Ela era uma batalhadora sim, ela amava AJ sim, mas não estava acostumada a magoar as pessoas. As únicas pessoas que fazia questão de enfrentar e sempre comprara uma boa briga, era com gente que se sentia superior por causa do dinheiro ou status, ou porque se achavam mais bonitas do que os outros. Cecília encontrara muita gente assim no seu meio e era justamente essas que ela fazia questão de humilhar. E Linda não parecia se encaixar nesses perfis.

Saiu do vestiário e não acreditou no que seus olhos viram...

FIC Meu Primeiro e Único Amor CAP 5

Cecília e Mia haviam conversado sobre tudo e sobre todos até altas horas da manhã.

Cecília não se conformava que AJ havia escolhido como esposa uma mulher que mais parecia a Olívia Palito, mal comia, falava com aquele sotaque afetado, que não entendia nada sobre cavalos, ou sobre uma fazenda e que nitidamente não estava apaixonada por ele e o pior, ele também não estava apaixonado.

Mia tentara a todo custo fazer Cecília mudar de assunto, falar dos cavalos, dos amigos da faculdade, dos pais, tentou convencê-la que ela não enxergara a paixão entre seu irmão e Linda, porque ela estava envolvida demais, mas que lá existia amor sim, mas nada adiantara, ela parecia mais uma mula velha empacada, ou um disco riscado. Repreendera-a quando Cecília contou sobre o carinho que fizera em AJ por debaixo da mesa no restaurante, achando a atitude dela era de uma mulher baixa, afinal ela estava de frente à noiva do irmão. Cecília então usou um velho jargão: No amor e na guerra vale tudo. O que mais ela poderia falar para a amiga louca?

Mia acordou cedo precisava ir para o ateliê, além de tê-lo abandonado no dia anterior, sexta-feira era um dia muito bom, aonde as esposas e filhas dos ricaços de Dallas, algumas amigas de sua família há séculos, iam até o ateliê para gastar os preciosos dólares dos maridos. E esse final de semana haveria o espetáculo principal do corpo de baile do teatro, onde todos os vip’s de Dallas estariam em peso.

Antes de sair pensou em passar no apartamento de AJ e perguntar-lhe se estava tudo bem e também para filar o café da manhã como fazia sempre, mas lembrou-se que ele não estaria sozinho, além de não poderem conversar abertamente sobre se a visita de Cecília o havia afetado ou não, não estava muito a fim de ser simpática com Linda hoje. Depois de ter escutado toda a ladainha de Cecília, ficara com uma pulga atrás da orelha sobre o relacionamento do irmão. E se Cecília tivesse razão? Se eles não tivessem realmente apaixonados um pelo outro, que tipo de casamento AJ planejava ter? Um por conveniência? Não, não poderia deixá-lo cometer tal erro. Acima de tudo, Mia era uma romântica.

Deixou um bilhete para Cecília que ainda dormia e foi para o trabalho mais uma vez com Gómez que já a esperava eficientemente na garagem do edifício.

AJ acordou com uma dor de cabeça horrível e lembrava-se, infelizmente, de tudo que ocorrera durante a noite, apesar de ter agido como um autônomo.

Agora ele tinha que abrir os olhos e encarar Linda como se tudo estivesse normal, como se seus planos fossem perfeitos e esquecer que Cecília estava no apartamento abaixo.

Ao abrir os olhos, sentiu uma pontada forte nos olhos.

Deus, como dói, acho que minha cabeça vai explodir, pensou AJ.

Quando conseguiu manter os olhos abertos e mirar ao redor, notou que pelo menos Linda não estava à vista, também não ouviu nenhum ruído vindo do banheiro.

Queria tanto que ela houvesse saído ido para qualquer lugar, fazer compras, ao cabeleireiro, de volta a Londres, só para não precisar olhá-la e sentir-se culpado. Ele tinha que parar de fazer “coisas” que o deixavam com essa sensação de culpa depois, precisava pensar antes de agir.

Entrou no espaçoso banheiro todo em mármore branco e negro e foi direto para a ducha, ligou totalmente na fria e deixou que água escorresse sobre seu corpo, tendo calafrios por causa da temperatura da água em contraste com a sua temperatura corporal. Aqueceu a água aos poucos e terminou de tomar seu banho. Ainda nu, foi até a pia e olhou-se no espelho.

Ah, ele estava com uma aparência horrível!

Fez a barba com calma, pegou o roupão felpudo negro, vesti-o saindo do banheiro, quando olhou à hora no relógio de cabeceira não acreditou, já passava das nove horas da manhã. Ele nunca se atrasara tanto para o trabalho, o que estava acontecendo com ele? Também nunca havia bebido tanto dessa forma, ainda mais numa quinta-feira.

Olhou a cama toda desarrumada e sentiu-se enjoado. Como pudera? E lembrou-se de algo que o deixou mais aturdido, Deus, ele não usara preservativo àquela noite com Linda. Onde ele estava com a cabeça? Já não sabia mais se queria começar uma família com Linda, bem, pelo menos não por agora, precisava planejar tudo primeiro...

Ah, não, não!

Ele lembrou-se de outra coisa ainda pior, ele tinha certeza que em sua mais recente insanidade, ele chamara Linda de Cecília... Inúmeras vezes...

O que adiantava o cara se embriagar e lembrar-se de tudo no dia seguinte?

E agora o que ele faria, onde ela estaria? O que ele diria? O que ela diria?

Eram perguntas demais para uma mente que não se encontrava cem por cento. Ele devia lembrar-se como era horrível ficar de ressaca.

Entrou no imenso closet, organizado com capricho e eficiência pela Sra. Bishop e as ajudantes que ela usava para limpeza e arrumação do apartamento. Escolheu entre tantos ternos caros e elegantes, um cinza risca de giz, uma camisa bordô e uma gravata de seda com listras transversais cinza e bordô. Completou a vestimenta com meias pretas, cinto e sapatos pretos. Verificou sua aparência no imenso espelho do closet e constatou que sua aparência não condizia com seu espírito. Ele estava como sempre elegante e passando eficiência, quando na verdade se sentia um farrapo humano e com a mente tumultuada e dispersa.

Encaminhou-se diretamente para a copa, gostaria muito de tomar um café e aspirinas, antes de se encontrar com Linda, mas talvez seu desejo não fosse atendido afinal, ela deveria estar lá.

Entrou já respirando fundo e a encontrou sentada à mesa, com uma xícara de algo fumegando em uma das mãos. Ela usava um neglige de seda branco, sobre uma camisola da mesma cor, sua atenção estava voltada ao jornal que lia atentamente. A mesa estava posta com um café da manhã completo. Invés de se sentir satisfeito, aquilo o enjoou ainda mais, a bebedeira estava cobrando seus efeitos, sem contar à conversa que teria que ter com Linda.

- Bom dia, Linda.

Ela levantou os olhos do jornal e disse com um sorriso:

- Bom dia, querido. Dormiu bem? Você não me parece bem.

Ele aproximou-se cauteloso e sentou-se ao seu lado:

- Somente estou com um pouco de dor de cabeça...

- Vou pedir que a Sra. Bishop lhe traga aspirinas, só um segundo.

Antes que ela se levantasse, AJ segurou seu braço e impediu que saísse da mesa:

- Linda, só um instante, precisamos conversar...

AJ estava achando estranha a reação dela, afinal, ela estava agindo como se nada tivesse acontecido e lembrava-se com clareza de tê-la chamado de Cecília durante o sexo e nenhuma mulher poderia ser tão condescendente a ponto de ficar tão tranqüila assim no outro dia... E se ele tivesse sonhado aquilo? Afinal se ele houvesse mesmo a chamado pelo o nome de outra mulher, ela teria parado o ato no mesmo instante, mas isso não só não ocorreu, como estava ela ali, calma, preocupada com o bem estar dele.

Ela voltou a sentar-se e esperou impassível que ele lhe dissesse alguma coisa. Ela sabia o que ele iria lhe falar. Durante o interlúdio noturno ele a chamara de Cecília o tempo todo. Mas mais uma vez, como tantas outras, ela fingiu que estava adorando, assim também como fingiu que não ouvira a pior coisa que pode acontecer com uma mulher enquanto ela está fazendo amor, principalmente com seu futuro marido, ser confundida com outra. Mas ela percebera que ele estava bêbado, não estava em condições em pensar em se proteger e hoje ela poderia já estar esperando um filho dele. Um filho que garantiria seu casamento, ou se não houvesse casamento, afinal ela vira o abraço, depois os olhares, o deslumbramento mútuo entre Cecília e AJ. Ela tinha certeza que AJ assumiria o filho e ela teria uma pensão substancial para viver o resto de sua vida da forma que mais gostava. Gastando dinheiro em coisas caras, finas, elegantes e supérfluas. E então, ela resolveu fingir que ele não dissera nada, assim talvez o confundisse e ele acharia que na verdade sonhara que a chamara de Cecília. Então ele falou:

- Ontem, eu...

- Ah, querido, mesmo você tendo tomado um pouco mais de vinho, você foi magnífico como sempre.

Ela levantou-se e deu um leve beijo nos lábios de AJ.

- Se era só isso, vou buscar suas aspirinas.

AJ deixou que ela fosse se perguntando se teria realmente sonhado que havia chamado Linda de Cecília. Bem, só poderia ter sido sonho, Linda estava radiante esta manhã e AJ achou que ela estaria já fazendo as malas, mas tudo parecia bem.

Ela voltou com as aspirinas e colocou um pouco de suco num copo e deu a AJ com um sorriso. E mais uma vez ele pensou que realmente estivera sonhando com Cecília mais uma vez.

Eles sentaram e comeram em silêncio.

AJ pensando no dia que teria no escritório e Linda fazendo seus planos sobre o casamento ou quanto cobraria de pensão.

Ao terminar o café, AJ perguntou a Linda:

- Você tem algum compromisso para hoje?

- Marquei um dia no Spa do condomínio, por que você estava pensando em alguma coisa, eu posso desmarcar?

- Não, somente gostaria de saber seus planos. Vou passar o dia todo no escritório, talvez hoje eu chegue tarde, tudo bem?

- Tudo bem, querido, tenha um bom dia.

- Obrigada, Linda, você também.

Ah, eu terei, pensou ela, já comecei a gastar o seu dinheiro e não o meu, meu bem.

E AJ se dirigiu ao subsolo para pegar sua pick-up e começar seu dia de trabalho, que por sorte seria melhor que o anterior, sem lembranças ou interrupções e as preocupações e devaneios que vinham junto com as memórias.

Cecília espantou-se quando ela acordou e não encontrou Mia, normalmente era ela que acordava cedo e despertava a amiga.

Encontrou um bilhete, dizendo que Mia estava no trabalho e que ligasse para ela ao acordar para combinarem o almoço.

Cecília pegou uma maçã da cesta de frutas da cozinha e telefonou para a amiga:

- Maison Mclean, bom dia!

- Bom dia, Marcy. É Cecília, posso falar com Mia?

- Bom dia, Cecília. Somente um instante, passarei a ligação a ela.

Cecília deu mais uma mordida e esperou somente alguns segundos até ouvir a voz de sua amiga:

- Bom dia, dorminhoca! Quem diria que eu acordaria antes que você, hein, Ciih?

- Rá, rá, tão engraçadinha! Você trabalhará o dia inteiro hoje, Mia?

- Infelizmente, Ciih, não poderei ausentar-me do ateliê. Hoje é um dia movimentado e as clientes fazem questão de serem atendidas por mim. Mas imaginei que você possa vir para cá e então almoçaremos juntas. O que você acha?

- Não era bem isso que estava planejando para hoje, Mia, eu estava pensando, bem, melhor eu contar depois que der certo..., somente gostaria de sua ajuda para fazer alguns ajustes em meus planos...

- Ah, lá vem.

Cecília assoprou e disse para amiga:

- Mia, eu vim aqui para tentar conquistar AJ. Isso não é segredo para você e acho que para ninguém. Gostaria que você me ajudasse, isso é possível ou não?

- Ah, tudo bem, o que você quer que eu faça, por favor, nada que eu tenha que mentir descaradamente a AJ ou Linda, porque eu não vou fazer isso.

- Não, nada disso, só gostaria de saber se eles vão almoçar juntos. Se não, onde AJ almoçará?

- Bem, isso é fácil, vou ligar para ele e já te ligo.

- Tá bem.

Cecília desligou ansiosa esperando o retorno de Mia.

Mia ligou para AJ no escritório. E Janice atendeu informando-a que ele ainda não havia chegado, mas lhe passaria o recado, Mia agradeceu e desligou.

Ligou para o celular e ouviu a voz grave do irmão:

- Bom dia, irmãzinha.

- Bom dia, irmãozinho.

Sem se conter AJ perguntou:

- E sua hóspede como está?

- Minha hóspede está muito bem, como você deve saber afinal a conhece tanto quanto eu.

- Está de mau humor, Mia? – pensando que o mau humor deveria ser dele, afinal acordara com uma baita ressaca. E não parava de pensar na hóspede de sua irmã, quando na verdade deveria estar pensando na mulher maravilhosa que ele havia pedido em casamento.

- Não, estou bem – ela não gostava desse joguinho que estava fazendo, amava sua amiga, mas também amava seu irmão e não se sentia bem o espionando – você vai almoçar com Linda hoje?

- Não, não vou, mas se isso é um convite, vou ter de declinar. Estou atolado de trabalho e não poderei sair do escritório hoje.

Muito menos, caso você planeje outro almoço que terei que ficar ao lado de Cecília, pensou AJ. Manter distância daquela mulher seria mais que racional, faria ele feliz, a mãe dela feliz e até mesmo seu pai feliz.

Com a resposta de AJ ela teve uma desculpa para a pergunta:

- Ah, que pena, pensei que poderia arrastá-lo para um almoço, somente nós dois como fazíamos antes.

- Está com ciúmes de Linda, Mia? – AJ estava achando aquela conversa toda muito estranha e a última vez que teve este pressentimento em relação à Mia, a melhor amiga dela estava vindo para Dallas, o que foi no dia anterior. E por conseqüência ele estava vivendo quase que num mundo paralelo ao seu, onde não conseguia se concentrar no trabalho tivera que se embebedar para poder transar com uma mulher desejável e só pensava numa outra morena, linda, sexy, na mulher que Cecília se transformara.

- Não, claro que não... – Mia não sabia mais o que dizer, tinha medo de acabar entregando Cecília, apesar de não saber realmente dos planos da amiga. – tudo bem, então, irmãozinho, bom dia para você.

- Um bom dia para você também, Mia.

AJ não deixou de pensar que tinha muito mais por trás daquele telefonema de Mia, mas voltou a se concentrar no trânsito que estava uma loucura aquela manhã.

Mia ligou para Cecília e lhe informou que AJ não sairia para almoçar e que ele não veria Linda.

Cecília então começou a se preparar. Primeiro tomou um longo banho de banheira e usou seus próprios sais de banho que trouxera na bagagem.

Depois tentou escolher entre as roupas que havia trazido, mas nada a agradou. Ligou novamente para Mia e perguntou se a amiga tinha alguma coisa leve para ela vestir, pois as roupas que trouxera se resumiam em jeans e blusinhas. Mia era um pouco mais baixa que Cecília e ela tinha um pouco mais de busto e quadril que Mia, então a amiga sugeriu que Ciih procurasse alguma coisa no quarto de criação que ela tinha em casa.

Cecília entrou no quarto e ficou de boca aberta. Tudo era muito bem organizado, havia metros e metros de tecidos arrumados numa prateleira, máquinas de costura e de corte em uma mesa ampla. Assim como araras com modelos lindos que Mia criava.

Passou a mão pelos vestidos, terninhos, saias e blusas, que deixaram Cecília orgulhosa da amiga e seu lado feminino para compras veio a tona. Queria experimentar tudo, mas olhou no relógio e percebeu que não tinha muito tempo. Experimentou algumas peças e por fim escolheu um vestido de jeans macio, frente única com um decote em v, que ressaltava seus seios mesmo sem precisar usar sutiã, ele afunilava na cintura, o que a realçava e depois saía em uma saia ampla que a fazia se sentir elegante, como as mulheres dos anos 50. E a saia, por sua vez se encaixava perfeitamente em seus planos, pois não precisaria usar lingerie. Escolheu um par de sapatos pretos de salto que combinavam perfeitamente com o modelo. Penteou os cabelos para que os cachos ficassem mais acentuados o que lhe deixava menos menina e mais mulher.

Ligou para a portaria do prédio e pediu um táxi.

Na despensa de Mia, pegou a cesta de piquenique, que Mia lhe mostrara na noite anterior e lhe contara uma história divertida sobre um piquenique romântico com um pretendente que depois se mostrara um chato e colocou dentro uma garrafa de vinho branco, duas taças de cristal, torradas, dois tipos de patê, um pote de caviar, morangos limpos e uma lata de chantilly, além de saca-rolhas, pratos, talheres e guardanapos.

Desceu pelo elevador e entrou no táxi que já estava a sua espera, fazendo uma prece.

Ela chegou ao edifício Mclean exatamente a meio-dia e dez. Estava nervosa, mas nada a demoveria de fazer o que tinha planejado, tinha que pelo menos tentar, não é mesmo?

Entrou na elegante recepção e pegou o elevador para o último andar. Quando chegou ao andar, tentou passar despercebida por uma recepcionista atrás de um balcão alto, com um fone de ouvido na orelha que atendia as ligações.

- Bom dia, senhorita. Posso ajudá-la?

- Oh, não. Obrigada. O Sr. Mclean está me esperando, eu sei o caminho.

- Senhorita, senhorita – chamou a moça, mas Cecília já se dirigia a sala de AJ apressada.

Quando Cecília chegou à porta que antecedia a sala dele, essa se abriu e Janice a recebeu com um sorriso:

- Então, é a senhorita? Vou pedir para Bárbara dispensar os seguranças. A senhorita deveria ter se identificado na recepção, Srta. Medeiros deixou Bárbara em polvorosa.

- Desculpe Sra...

- Janice, querida, todos me chamam assim.

- Janice, eu queria fazer uma surpresa para AJ e...

- Entendo – disse Janice abrindo a porta para Cecília entrar, olhando-a de cima em baixo e fixando o olhar na cesta de piquenique – mas ele ainda não sabe que a senhorita está aqui, quando algo assim acontece, o Sr. Mclean não precisa ser incomodado. Faça o seguinte, criança, entre e boa sorte, pois ele hoje não está em seu melhor humor.

Cecília parou por um instante na imponente porta e respirou fundo. Abriu a porta e entrou devagar, AJ estava sentado atrás de sua imensa e bela mesa, compenetrado olhando para a tela de seu computador.

Por que ele tinha que ser tão lindo? Por que tinha que parecer um modelo saído das páginas de uma revista masculina de moda? Sem levantar os olhos, falou:

- Janice, já pedi para não ser incomodado, o que é...

A frase morreu quando ele levantou os olhos e deu de cara com Cecília com o sorriso mais meigo e lindo que ele jamais vira em toda sua vida.

Deus, ela era puro sex appeal! Os seios parcialmente a mostra no decote, aquela cintura fina... Mesmo a saia ampla parecia não conseguir esconder o que ali estava às belas e fortes pernas. Estava magnífica e a reação involuntária de certa parte de sua anatomia, confirmava seus maiores temores, se ele não ficasse longe de Cecília, ele não conseguiria ficar longe de Cecília. E sua reação, foi imediata:

- Cecília, o que você está fazendo aqui? – sua voz soou rude, mas ele realmente estava nervoso, ela não tinha que aparecer assim. Já não bastara ter tido que se controlar no dia anterior, que fora até fácil, afinal não estava sozinho, sua noiva e sua irmã os acompanhavam. Mas agora, o que seria dele, diante daquela visão estonteante, sexy?

E AJ começou a pensar sem parar em seu pai, na mãe de Cecília, como ele havia sido o mais baixo dos homens quando a agarrara quando ela tinha apenas quinze anos e que ele sempre a considerara uma irmãzinha... Até o dia que a teve nos braços e experimentou seus beijos...

Eu preciso me controlar! Eu preciso lembrar que sou um homem mais velho agora, mais experiente, controlo uma empresa que vale milhões, já domei cavalos indóceis, estou noivo e não será uma menina de vinte anos que abalara minhas convicções.

Cecília ignorou o tom rude e viu claramente que sua presença o estava abalando. Isso era bom, não era? E ela disse, com voz suave:

- Trouxe o almoço. Bem, não é um almoço somente um lanchinho.

De forma sedutora, ela sentou-se na cadeira a frente de AJ. E retirou o conteúdo da cesta, depositando tudo sobre a mesa.

Ele estava atônito.

- AJ, desculpe-me vir assim, sem avisar – Ciih achou que era melhor começar a falar, afinal o silêncio de AJ a estava deixando desconfortável, pensando que talvez a idéia não fora tão brilhante como ela imaginara – mas eu gostaria de lhe fazer uma surpresa. Faz tanto tempo que não nos vemos e conversamos. Queria um tempo somente para nós, como antes.

Com essa frase, AJ saiu do estupor. Agora entendia o telefonema de Mia, ela estava ajudando Cecília, a saber, se ele sairia ou não do escritório.

Ah, Mia você não tem idéia do que está fazendo. – pensou AJ.

Quando ele pôs os olhos na lata de chantilly, teve que engolir para não babar. Imaginou Cecília deitada nua, sobre a mesa e coberta do creme adocicado, enquanto ele o lambia do corpo dela. Balançou a cabeça para afastar a cena erótica.

Ele não entraria no jogo de sedução de Cecília e era isso que ela viera fazer ali. Já fora avisado pela própria mãe dela e por seu pai. Sabia o quanto Cecília era obstinada, se ela realmente achava que estava apaixonada por ele, ela não desistiria tão fácil. Sentia-se até mesmo lisonjeado com esse suposto amor, mas não poderia sucumbir. O que ele sentia não era mais que puro desejo, que quando saciado, ela seria somente mais uma. Tinha que ficar repetindo isso para si mesmo, talvez ele começasse a acreditar!

Iria começar a cortar o mal pela raiz. Faria Cecília sair dali, sem vontade de vê-lo de novo:

- Ciih, me desculpe, mas você me pegou num momento difícil. Eu não tenho tempo para nada hoje, muito menos comer ou conversar com você. Desculpe-me, mesmo. Vou pedir para Janice pedir para Gómez levava para casa.

Ele já tirara o telefone do gancho para falar com Janice, quando Ciih levantou-se e segurou a mão dele. Ele puxou a mão como se tivesse levado um choque, o que parecia ter acontecido, pois uma corrente elétrica cruzou todo seu corpo com o pequeno gesto.

- Eu sei o que você está fazendo. Mais uma vez, está usando desculpas para se livrar de mim. Dessa vez, já que estou aqui cara a cara com você, eu não vou sair. Nós vamos conversar e comer como pessoas civilizadas e adultas. Você já percebeu que agora sou uma mulher adulta, não é? Você não precisa mais fugir de mim.

Enquanto falava Cecília se levantou, foi se aproximando de AJ e passava os dedos na borda da mesa, como uma carícia íntima.

AJ estava ficando de boca seca, enquanto seu estômago se contraía.

Ao chegar frente a frente com AJ, Cecília num ato de pura ousadia, pois nunca havia feito nada parecido em sua vida, levantou a saia devagar sensualmente e sentou-se no colo de AJ, com uma perna de cada lado do corpo musculoso. E quando se posicionou corretamente, sentiu com prazer que seu gesto fora bem sucedido. A excitação de AJ pressionou sua pele nua como uma barra de puro aço.

Ele agarrou com firmeza os braços de sua cadeira e cerrou os dentes, para que um gemido de puro deleite não escapasse de seus lábios. Os seios generosos de Cecília estavam diretamente direcionados sobre sua boca. Aquelas pernas que ele sempre admirara por sua força e capacidade de domar animais, estavam agora, pressionando suas coxas. O perfume envolvendo-o como um afrodisíaco potente.

Minha Nossa Senhora Jesus e José, ele era um homem potente, um amante do bom sexo. Como ele resistiria àquela mulher? Ainda mais quando essa mulher estava ligada à maioria de suas fantasias sexuais dos últimos anos?

Cecília jamais imaginou que um dia em sua vida se sentiria tão excitada como agora. Todos os seus contatos com o sexo masculino, depois daquele dia fatídico com AJ, eram mornos, apesar de não deixar nenhum homem realmente tocá-la, quando ela os beijava, não sentia nada, mas com AJ sentir seu membro contra sua parte mais íntima, a estava deixando fora de si. E sem pensar começou a se mover lentamente, como se montasse no mais garboso garanhão. E ela ousaria mais:

- Ah, você sente como ele me quer? – pegou as mãos dele e levou-as para suas coxas suavemente, abaixando a cabeça simultaneamente beijando AJ primeiro somente com os lábios e depois abrindo a boca dele com sua língua, quando sentiu que AJ apertava suas coxas e correspondia ao beijo, ela afastou somente um milímetro sua boca e disse:

- Eu amo sua boca, amo seus beijos... Ah que saudades de seus beijos, saudades de suas mãos em mim.

AJ o homem experiente que já havia tido incontáveis relações, com os mais variados tipos de mulheres, estava completamente entregue aos comandos sutis de uma menina virgem de vinte anos. Ele realmente parecia não ter vontade própria, estava seguindo placidamente às orientações de Cecília. Quando ela levou suas mãos mais para cima e ele notou que ela não usava calcinha, algo dentro dele acordou. Usando de toda sua força de vontade e também sua força bruta, ele se levantou da cadeira tirando Cecília de seu colo. Automaticamente ele lhe deu as costas, empurrando a cadeira com o pé, com toda a sua frustração.

Cecília ainda excitada por um momento não teve reação, depois puxou AJ pelo braço para que ele se virasse e a olhasse:

- Vai ser sempre assim? Você vai negar até a morte o que sentimos um pelo outro? É isso?

AJ permaneceu calado somente a olhando:

- Será que não dá para você perceber que eu cresci, não sou mais a adolescente que você acha que usou. Eu sou uma mulher agora e estou aqui para você, por você. E eu sei que você me quer também, eu senti – e colocando a mão sobre a calça de AJ, ela apertou seu membro excitado e continuou com um sussurro – eu sinto.

AJ não se mexeu, somente olhou para Cecília e percebeu que teria que ser cruel, para que essa menina entendesse o que ele era e o que sentia por ela:

- Jamais imaginei que com a idade você ficaria vulgar, Ciih! – depois dessa sentença, ele deu um passo atrás, para afastar a mão dela – o que você sabe sobre mim agora, hein? Nada! Há quanto tempo você não me vê? Há mais de três anos, eu mudei, não para melhor. E se eu pude agarrar uma menina inocente de quinze anos e fazer o que fiz, que tipo de homem você acha que me tornei?

Cecília não queria acreditar em seus ouvidos, AJ não poderia estar sendo cruel com ela. Ele jamais fora cruel com ninguém, ela sabia disso, ele não poderia ter mudado tanto. Ou poderia? Não, não. Ela sabia por que ele estava fazendo aquilo. Era somente mais uma artimanha para mantê-la afastada. Mas os olhos estavam, também, tão frios...

E ele continuou:

- Você já olhou para você, nos últimos tempos? Eu não seria homem se eu não a desejasse. Eu não seria eu, se não a quisesse! Mas infelizmente, para mim e para você, eu não posso colocá-la na minha lista de conquistas - falou sarcástico - isso estragaria a amizade de nossas famílias e isso para mim está em primeiro lugar. E eu ainda a considero da família. Agora Cecília se você não tiver mais nada o que fazer aqui, eu quero que você saia e espere o motorista na sala de Janice. Eu tenho mais o que fazer, do que entretê-la com uma sessão de “se-eu-quiser-eu-consigo-conquistá-lo”. Não quero ser uma de suas experiências. Tenha um bom dia!

Ela não conseguia falar, seus olhos estavam marejados. Aquele não era seu AJ! Aquele homem atroz não era o homem pelo qual era apaixonada sua vida toda. Tinha algo muito errado naquilo tudo. E ela iria descobrir.

AJ sentou-se e fixou o olhar na tela do computador, fingindo que estava compenetrado novamente, mas ela tinha que sair rápido dali, pois ele sabia que não conseguiria fingir por muito tempo. Seu coração estava aos pedaços por ter que dizer aquelas palavras duras a ela, seu corpo inteiro tremia e se ela continuasse ali, ele acabaria abraçando-a e pedindo perdão de joelhos. Mas precisava tirar Cecília de sua vida, precisava esquecê-la, por ele e por todos que confiavam nele. Seus tios, seus familiares e a própria Cecília. Ela era ingênua, pura, uma montanha de ceticismo os separava.

Decidida a descobrir o que fora aquela reação absurda. E ela tinha certeza, mentirosa. Cecília não se moveu e perguntou:

- Você, então, não sente nada por mim, somente tesão?

A pergunta de Ciih pegou AJ desprevenido, ele achou que depois das palavras duras que ele usara para com ela, ela sairia correndo de seu escritório e deixaria sua libido em paz. Ou começasse a gritar com ele, como ele era desprezível e etc., mas ao contrário disso. Ela o olhava com o mesmo olhar intenso que ele lhe dirigira e suas palavras também não foram nem meigas ou leves.

- Até meus quinze anos, você foi o meu melhor amigo, AJ. Acho que pelo menos mereço uma resposta agora e uma resposta verdadeira.

Ele não podia fraquejar. Teria que manter o mesmo nível de conversa. Não poderia simplesmente voltar atrás no que havia dito:

- Sim, é só isso – sem que percebesse, ele titubeou apenas milésimos de segundos para falar a outra palavra, mas Cecília estava atenta – tesão!

- Você realmente acha que pode me enganar, não é? Por que então, AJ você fugiu de mim, todos estes anos? Por que você simplesmente não conseguia ficar no mesmo recinto que eu por mais do que alguns minutos? E o que são essas suas reações tão passionais, quando o assunto somos nós? – Cecília estava alterada, queria de uma vez por todas tirar tudo a limpo – por que no restaurante você não conseguiu ao menos receber um carinho meu? Se for sexo que você quer, por que você simplesmente não me toma? Eu estou aqui, me oferecendo para você e nem isso, de mim, você aceita? É culpa o que você sente? Culpa por não ter resistido a uma menina de quinze anos? E essa de se casar agora com uma mulher que você mal conhece, que em nada faz seu tipo? Eu sei o que é, é medo! Medo de expor o que você realmente sente por mim, medo de se entregar e não conseguir nunca mais resistir...

- Chega!

Toda aquela raiva de Cecília estava servindo de puro afrodisíaco para AJ. Ela o excitava isso ele já sabia, mas não como naquele momento, quando a raiva fazia seu rosto enrubescer, seus olhos flamejarem, transformando-os em um lago perigoso de um profundo azul. O “por que você não me toma”, ressoava em sua mente como um luminoso piscando no deserto lhe oferecendo água. Mais uma vez suas emoções sobrepujaram sua razão e ele se viu beijando-a alucinadamente, desesperadamente. Segurava com uma mão, os cabelos de Cecília firmemente para mantê-la com a cabeça levantada, entregue a ele. Sua outra mão a mantinha cativa pela cintura, deixando-a ciente de todo o poder que tinha sobre ele.

Virando-a de encontro à mesa, sentou-a de pernas abertas, trazendo-a para si, sem a menor delicadeza, colando seu membro intumescido em sua carne úmida. AJ gemeu e movimentava-se como se a estivesse amando. Cecília se mexia no mesmo ritmo, segurando-o próximo com suas pernas poderosas.

Ela estava louca de tanto desejo, gemia, mordia AJ. Enfiou suas mãos por baixo do blazer dele e o retirou-o, deixando cair ao chão. Suas mãos nervosas retiraram a camisa de AJ de dentro da calça. Quando essas mãos acharam à pele nua e firme daquelas costas largas, ela o arranhou e afagou. Seu corpo implorava para alcançar o pico que ela havia alcançado somente uma vez e com o homem que a prendia ali. Abaixou as mãos ao cinto de AJ e quando estava abrindo-o, eles ouviram a exclamação vinda da porta:

- Sr. Mclean?!

 
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